A atividade industrial brasileira registrou contração pelo terceiro mês seguido em junho, com as condições de negócios se deteriorando e a produção tendo a maior queda em 33 meses, de acordo com o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgado nesta terça-feira.
O PMI da indústria brasileira do Markit caiu a 48,7 em junho ante 48,8 em maio, terceiro mês seguido abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração e o pior resultado desde julho do ano passado.
A categoria de bens de investimento mais uma vez foi a que registrou o pior desempenho entre os três subsetores monitorados.
O subíndice de produção foi o que registrou o pior desempenho em junho ao recuar para 46,1, ante 47,6 no mês anterior, chegando ao nível mais baixo desde setembro de 2011, quando foi de 44.
Todos os três subsetores tiveram produção menor, com contração mais forte entre os produtores de bens intermediários. Segundo o Markit, esse resultado refletiu “um enfraquecimento persistente na demanda interna”, com a terceira redução seguida no volume de pedidos recebidos.
“Os entrevistados da pesquisa relataram uma demanda interna mais fraca, que vincularam parcialmente à Copa do Mundo”, destacou o Markit.
Assim, também pela terceira vez consecutiva, a indústria brasileira reduziu o nível de funcionários, para conter as despesas.
Em relação aos preços de insumos, pouco mais de 5% dos entrevistados relataram aumento, atribuindo o movimento à taxa câmbio entre o dólar e o real. Os produtores informaram que houve repasse dos custos aos clientes, porém a taxa de inflação de preços cobrados foi modesta.
O setor industrial brasileiro vem enfrentando perspectiva de contração da produção neste ano e de níveis muito baixos de confiança. A produção teve queda de 0,3% em abril e pesquisa Focus do Banco Central mostra que a expectativa de economistas é de recuo de 0,14% em 2014.
Já o Índice de Confiança da Indústria (ICI), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou 3,9% em junho sobre o final de maio, na sexta queda consecutiva.
Fonte: Economia UOL