Indústria pede serenidade e diálogo

 

Por Cristiane Agostine

Empresários da indústria endossaram ontem as palavras do vice­-presidente, Michel Temer, e defenderam a ideia de um pacto pela governabilidade e manutenção da estabilidade institucional no país. Fiesp e Firjan, entidades empresariais que representam os dois principais polos industriais do país, São Paulo e Rio, publicam anúncio nos jornais de hoje no qual afirmam que a situação política e econômica é a “mais aguda” dos últimos 20 anos e sugerem a busca de uma solução deixando “de lado ambições pessoais ou partidárias” para “mirar o interesse maior do Brasil”.

Ao Valor, o presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, disse que “não podemos ficar parados olhando os políticos se digladiarem”. E acrescentou: “Não podemos continuar com um país sem confiança e sem estabilidade. Não há doido que vá investir aqui com esse arcabouço. É preciso parar”.

O presidente da Fiesp, Paulo Skaf (PMDB), afirmou que é preciso haver entendimento para superar a crise. “O Brasil precisa de serenidade, equilíbrio e diálogo. Não podemos mais comprometer empresas, empregos. Precisamos de soluções, de uma agenda positiva paralela a essa crise”.

Tanto Vieira quanto Skaf evitaram falar sobre o apoio a um eventual pedido de impeachment da presidente Dilma, articulado pela oposição. Os dois dirigentes procuraram se desvincular dos partidos políticos e do apoio direto a Michel Temer. “Não estamos apoiando A, B ou C”, disse o presidente da Firjan. “Apoiamos a ideia de união que ele defende. Não é um apoio a ele”, afirmou Skaf, filiado ao PMDB a convite de Temer.

O PT usou ontem seu programa partidário na TV para pedir apoio contra a “grave crise política”, em meio à articulação da oposição e de parte do PMDB sobre o impeachment da presidente Dilma. Já prevendo um “panelaço” durante a exibição do programa, o partido usou a imagem de pessoas batendo panelas e disse que os governos petistas foram responsáveis por “encher as panelas com comida”. “Se tem gente que se encheu de nós, paciência. Estamos dispostos ouvir, corrigir, melhorar”, disse a propaganda.

Fonte: Valor

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