Inflação em 12 meses fica em 6,75% e é a maior desde outubro de 2011



PEDRO SOARES

Puxado pela alta dos alimentos, o IPCA, índice oficial de inflação país, acelerou pelo segundo mês seguido e ficou em 0,57% em setembro. O indicador havia sido de 0,25% em agosto, superior à quase estabilidade da inflação em julho (0,01%).

O IPCA acumulado em 12 meses até setembro voltou a superar o teto da meta do governo, com uma taxa de 6,75% –até julho, praticamente empatava em 6,51%. A taxa para 12 meses é o maior desde outubro de 2011 (6,97%).

De janeiro a setembro, a inflação subiu a um ritmo de 4,61%. Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (8).

O resultado de agosto ficou acima do previsto pelas principais instituições do mercado financeiros e consultorias, ouvidas pela agência Bloomberg. O levantamento apontava, em média, uma alta de 0,48% neste mês. Para os 12 meses, a previsão média era de 6,64%.

SETORES

O aumento se deu principalmente pelo fim do ciclo deflação dos alimentos. No mês, a alimentação teve alta de 0,78%. Os transportes, outro foco de pressão, avançaram 0,63%. A energia elétrica também contribui para o resultado, com alta de 1,37% –expansão menor do que a registrada em agosto, quando o avanço foi de 1,76%.

Após meses de inflação controlada, o IPCA voltou a subir num patamar mais próximo ao do início do ano, quando o preço dos alimentos e serviços dispararam. Esse choque se mostrou com mais força em março (0,92%) em razão da forte estiagem.

No primeiro trimestre, a economia estava também mais aquecida. Agora, a “âncora” da inflação está na menor velocidade do consumo, abatido por juros e inadimplência maiores e um mercado de trabalho menos vigoroso –com desaceleração do número de vagas criadas e da alta do rendimento.

META

Economistas estimam um IPCA muito próximo de 6,5% neste ano e parte do mercado não descarta o estouro da meta no índice consolidado de 2014. Isso se a economia mostrar um desempenho melhor neste segundo semestre, após a recessão “técnica” vivida nos primeiros seis meses do ano, quando o PIB caiu.

Na visão deles, o Banco Central deixou de perseguir o centro da meta (4,5%) para evitar aumento de juros e um impacto expressivo no consumo, especialmente no das classes de renda mais baixa.

Fonte: Folha

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