Por Valor SÃO PAULO
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou na noite desta terça-feira que o Brasil “precisa mudar o esquema tático para poder ganhar o jogo”, numa alusão às reformas estruturais que precisam ser feitas “além do ajuste fiscal”, segundo ele.
Em entrevista à TV NBR, do governo federal, o ministro disse que o ajuste fiscal é parte dos esforços que o país precisa fazer para se inserir na nova realidade econômica mundial, em que a maioria dos países enfrenta dificuldades. “Precisamos de mais do que um ajuste fiscal de longo prazo.
O Brasil tem de mudar o esquema tático para poder ganhar”, afirmou. Segundo Levy, é preciso mudar a forma como se administra e se custeia áreas chave da administração pública, como saúde, educação e previdência, para “deixar esses pontos mais fortes lá na frente”. Para ele, é “preciso ter a casa em ordem, incluindo a parte fiscal”. Levy disse que as mudanças propostas pelo governo não vão afetar direitos trabalhistas e sociais, mas que elas ainda não são uma realidade porque precisam passar por votação no Congresso.
Como vem fazendo ultimamente, Levy creditou ao Legislativo “um papel fundamental na implementação das mudanças”. O ministro voltou a defender a CPMF como forma de reforçar o caixa do governo para atingir as metas fiscais. “Ninguém gosta da CPMF, mas ela tira pouco de cada um e todos a pagam, inclusive quem tem caixa dois”, afirmou ele numa alusão ao grande alcance que tem o tributo. Segundo Levy, a CPMF tem a vantagem de não impactar diretamente na inflação, mas precisa ter caráter provisório.
Ele negou que o governo esteja fazendo apenas esforço arrecadatório sem dar a sua contribuição em sacrifício orçamentário. “Nós estamos cortando custos sim. Só este ano serão R$ 80 bilhões em cortes, e vamos seguir fazendo isso.” O ministro citou cortes em viagens e celulares de funcionários públicos como exemplos de economias “pequenas e simbólicas, mas que precisam ser feitas”. Sobre o orçamento deficitário enviado pelo governo ao Congresso, Levy afirmou: “queremos estar com tudo acertado [no orçamento] para começar 2016 com segurança. País que tem rombo no orçamento não tem segurança”, concluiu
Fonte: Valor