O ministro Guido Mantega (Fazenda) confirmou que a presidente Dilma Rousseff vai anunciar nesta quarta-feira (18) medidas de estímulo à indústria, em reunião com empresários.
As medidas foram reveladas por reportagem daFolha desta terça-feira (17).
Dentro do “pacote de bondades”, haverá mudanças tributárias, na concessão de crédito e regulatórias, como informou a reportagem.
A reunião de amanhã é um “retorno” da presidente para as demandas que recebeu dos empresários em encontro realizado em maio.
A queda na confiança dos empresários é um dos fatores que têm dificultado um crescimento mais rápido da economia. Dilma já admitiu que o país vive um “problema seriíssimo de expectativa”.
O pacote vem em período pré-eleitoral, quando os empresários estão cada vez mais próximos dos candidatos de oposição.
A divulgação das medidas será um “retorno” da presidente para as demandas que recebeu dos empresários em encontro realizado no dia 22 de maio. Ela promete responder todos os pleitos que recebeu.
Também participarão da reunião de amanhã os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Mauro Borges (Desenvolvimento).
Empresários ouvidos na condição de anonimato veem a aproximação de Dilma com “bons olhos. “É ótimo que ela nos escute”, disse um dos convidados.
Mas afirmam que os pleitos não são novos, só estão sendo discutidos por causa da proximidade das eleições, e que é preciso verificar se as promessas se transformarão em realidade.
MEDIDAS
Até ontem, estava previsto que o governo prometia rediscutir as novas regras para segurança do trabalho na utilização de máquinas, que tem sido motivo de protestos pela indústria.
Também deveria enviar ao Congresso um projeto de lei sobre o acesso ao patrimônio genético brasileiro. Fabricantes de cosméticos e remédios foram autuadas por desenvolver produtos com a fauna e a flora brasileiras sem as autorizações cabíveis. As multas já aplicadas serão anistiadas.
Na área tributária, é vista com simpatia a retomada, no ano que vem, do Reintegra, programa que devolve tributos aos exportadores. Seguindo sugestão da indústria, o programa voltaria com alíquota simbólica, que vai subindo gradualmente.
É provável ainda que o governo já sinalize que renovará o PSI (Programa de Sustentação do Investimento), do BNDES, em 2015. O programa expira no fim deste ano.
Mas não deve atender a outro pleito para aumentar os recursos do Revitaliza, destinado a capital de giro, também do banco de fomente.
Fonte: Folha