RICARDO LEOPOLDO, FRANCISCO CARLOS DE ASSIS
O ministro da Fazenda, em palestra na FGV, também retrucou as crtiicas feitas pelo presidente da Fiesp, Benjamin Steinbruch
SÃO PAULO – Faltando menos de 20 dias para as eleições, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou novas medidas de incentivo à economia. Mais detalhes serão revelados na tarde desta segunda-feira, 15, após reunião com empresários na Confederação Nacional da Indústria (CNI).
“Vamos à CNI e anunciaremos algumas medidas”, disse, sem dar mais informações, após palestra no 11º Fórum de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV). No evento, a política econômica do governo foi criticada pelo presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Benjamin Steinbruch.
Mantega retrucou. Disse que o presidente da Fiesp lembra dos problemas atuais e não dos problemas do passado.
“Procuramos neste período anticíclico olhar para a produção. A indústria depende muito do mercado externo, que secou e não tínhamos mais para onde exportar”, disse o ministro. Mantega reconheceu, no entanto, que os ajustes macroeconômicos se fazem necessários.
“Ajustes se fazem necessários sempre, ainda mais quando a economia se defronta com uma grande crise mundial, uma grande recessão, como dizem os ingleses”, disse o ministro.
Ele ponderou que, em função da crise, ocorreram várias mudanças macroeconômicas em várias economias do mundo, como o programa de relaxamento quantitativo nos Estados Unidos (QE) e também nas taxas de juros.
“Agora, na saída da crise, novos ajustes se fazem necessários, quando o Fed faz o caminho inverso, deixa de ser expansionista e faz ajustes nas taxas de juros e câmbio”, disse Mantega.
Para ele, todos os países tem de fazer ajustes para se defrontar com estas mudanças. “Quero destacar que cada ajuste que cada país depende da estratégia que cada país. Não se faz os mesmos ajustes”, disse.
Inflação. Mantega disse na palestra que “nunca brincamos com a inflação” ao justificar a alta da Selic. Ele fez esta afirmação na esteira a defesa dos ajustes que a equipe econômica já vem fazendo na economia diante das necessidade impostas pela crise econômica mundial.
“A Selic subiu por causa da inflação. Nós não brincamos com a inflação. A Selic chegou a 12,5%”, disse. Ele disse ainda que o governo teve que fazer ajustes de superávit primário e no câmbio, além dos juros em função do crescimento da economia, de 7,5% em 2010. Segundo ele, no início de 2011 o governo achou que a crise mundial estava sendo superada.
“Houve um alívio e no início de 2011 pensamos que estávamos na superação da crise mundial. Crescemos 7,5%, tivemos pressão de commodities, de inflação. Então fizemos um ajuste fiscal, demos estímulos à economia. Em 2011 começamos colocando um o primário em 3%”, disse o ministro.
Fonte: Estadão