Mitos e verdades sobre o xampu

Os brasileiros valorizam muito a limpeza, a boa aparência e a saúde dos cabelos, por isso qualquer informação relacionada ao uso de xampu costuma despertar muita atenção. E sempre que o interesse é grande, há o risco de surgirem mitos sem fundamento. A seguir, reunimos algumas crenças comuns sobre o produto e a palavra de especialistas sobre o quanto de verdade existe por trás de cada uma delas. Confira.

Sulfatos, parabenos e petrolato fazem mal à saúde?

MITO. Nas concentrações em que são usados nas fórmulas de xampus, esses ingredientes não apresentam nenhum risco à saúde, segundo o dermatologista Dr. Valcinir Bedin, especializado em tricologia e presidente da Sociedade Brasileira do Cabelo (SBC). Além disso, os produtos cosméticos só podem ser formulados com ingredientes comprovadamente seguros para sua finalidade de uso proposta, estão sujeitos a regulamentação sanitária e são constantemente submetidos à fiscalização sanitária. A informação que alguns produtos apresentam no rótulo, informando que são isentos de tais ingredientes em sua formulação, visa apenas a atender à expectativa de um grupo de consumidores.

Xampu sem sulfato não limpa o cabelo?

MITO. Os sulfatos são responsáveis pela espuma que se forma quando o produto entra em contato com a água e tem uma ação de limpeza bastante intensa. “Eles ajudam a abrir as cutículas dos cabelos para limpar melhor os fios, sendo eficazes no desenvolvimento de formulações que atuam na remoção de resíduos acumulados, como o excesso de leave-in, condicionadores, produtos de tratamento, entre outros”, diz a gerente de pesquisa e desenvolvimento de produtos de cuidados pessoais e limpeza da Oxiteno, Cristiane Canto. Porém, não são os únicos ativos capazes de remover impurezas. Segundo a cosmetóloga Sonia Corazza, de São Paulo, é possível ter cabelos limpos a partir de agentes tensoativos anfóteros, como as betaínas, ou ainda os alquil poliglucosídeos e tensoativos ligados a grupos de aminoácidos. A diferença, no entanto, é que tais ingredientes são mais brandos que os sulfatos na remoção de oleosidade.

No poo, low poo é para todos?

MITO. Os termos “no poo” e “low poo” são usados para indicar xampus que não têm sulfato ou com baixa concentração desse ingrediente na fórmula. A realidade é que nem todo mundo pode se beneficiar desses produtos, já que a ausência de sulfato torna a remoção da oleosidade excessiva menos eficaz. “Quem tem couro cabeludo muito oleoso, problemas de caspa ou seborreia deve manter o uso de xampus com sulfato, que remove melhor o óleo”, afirma o Dr. Bedin. Agora, caso o cabelo esteja ressecado ou tenha passado por química e precise de uma limpeza mais suave, os xampus “low poo”, “no poo” são uma boa pedida.

Petrolato no xampu deixa o cabelo fosco?

EM TERMOS. Derivado do petróleo, essa substância garante uma série de benefícios aos fios, como aponta Cristiane: “Protege os fios de agressões térmicas, realça o brilho e cria um filme em torno do cabelo, mantendo-o hidratado e conferindo maior resistência à quebra”. O problema acontece quando o petrolato começa a se acumular na superfície. Aí, sim, pode deixar o cabelo fosco. “E isso só acontece se estivermos falando do petrolato do tipo quaternizado. Para removê-lo, basta usar um xampu antirresíduos. Se não for quaternizado, o petrolato sai com facilidade”, esclarece o tricologista Bedin.

Lavar o cabelo com xampu todos os dias pode estimular a oleosidade?

VERDADE. De acordo com o cabeleireiro Julio Crepaldi, do salão Galeria, em São Paulo, retirar em excesso os óleos naturais do cabelo faz com que o organismo entenda que houve um ressecamento instantâneo. “O couro cabeludo passa, então, a produzir mais óleo para compensar”, diz. Para Bedin, a frequência ideal para lavar os fios é um dia sim, outro não.

O cabelo se “acostuma” com o xampu?

VERDADE. A cosmetóloga Sonia Corazza explica: “O fio é uma superfície que vai responder aos ingredientes colocados sobre ela. Após algum tempo usando o mesmo produto, a condição do cabelo muda”. Isso dá a impressão de que ele se “acostumou” ao produto porque foi suprido com os agentes contidos no xampu. Crepaldi sugere que o tempo médio para permanecer com um xampu e depois trocar seja de cerca de três meses.

Fonte: ABIHPEC/Estadão 

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