Múltis correm para fechar negócios no Irã



A França está mandando executivos de batelada ao Irã. Empresários alemães e holandeses estão fazendo cursos sobre como fechar negócios em Teerã e fabricantes automobilísticos estão elaborando planos de investimento.

A comunidade empresarial europeia está em polvorosa em meio a preparativos para voltar correndo ao Irã, uma potência econômica no Oriente Médio, num momento em que algumas sanções são suspensas.

Num acordo com as potências mundiais, Teerã aceitou restringir seu programa nuclear em troca de algum alívio nas sanções e do descongelamento de cerca de US$ 4,2 bilhões em ativos no exterior. O Irã e as potências mundiais têm agora seis meses para concluir um acordo permanente.

Em poucos dias, em Teerã, um grupo de lobby de negócios francês, com executivos representantes de cerca de cem empresas, iniciará conversas “exploratórias” no sentido de aproveitar a suspensão das sanções. Seus concorrentes estão fazendo o mesmo, e por isso empresas do setor do petróleo e gás, montadoras automotivas e outras empresas de manufatura não querem perder tempo.

As possibilidades de crescimento são óbvias, a julgar pelo quanto o comércio caiu. As importações para os países da UE, maior parceiro comercial do Irã, despencaram de € 16,5 bilhões em 2011 para € 5,6 bilhões em 2012 e para apenas € 395 milhões no primeiro semestre de 2013. As exportações do bloco para o Irã minguaram de cerca de € 11 bilhões para € 7,4 bilhões.

Um dos primeiros sinais de que os negócios estão prestes a ser reativados é o surto da demanda por voos. A Austrian Airlines anunciou na semana passada que voltará a operar cinco voos semanais para Teerã, e a Lufthansa disse estar considerando incorporar mais assentos a seus voos diários. A Turkish Airlines, que atende seis destinos iranianos, está buscando autorização para aumentar a frequência em seus percursos.

Apesar dos temores de que as sanções possam voltar a subir quando o acordo atual expirar, em seis meses, as empresas estão otimistas. “Predomina um otimismo baseado em ter havido finalmente uma espécie de relaxamento nas relações políticas e, portanto, de possibilidades de negócios”, disse Volker Treier, chefe de relações comerciais na Associação das Câmaras Alemãs de Comércio.

Para as empresas estrangeiras, o maior prêmio no Irã é, sem dúvida, o setor do petróleo e gás, muito impactado pelas sanções. A indústria petrolífera e do gás iraniana está em má forma, uma vez que as sanções frequentemente tornam impossível manter atualizada a infraestrutura de produção. O Irã também precisa modernizar suas leis comerciais, disse Howard Rogers, diretor do Programa de Pesquisa de Gás Natural no Instituto Oxford para Estudos Energéticos.

A outra grande oportunidade é o mercado de automóveis no Irã, que tinha sido importante para os fabricantes europeus antes que as sanções se fizessem sentir. As francesas PSA Peugeot Citroën e Renault, em particular, deverão beneficiar-se da renovação de suas anteriormente substanciais atividades no Irã.

Em 2011, a Peugeot vendeu 455 mil carros no Irã, o que fez do país o segundo maior mercado para a empresa depois da França. A companhia está agora acompanhando a situação com interesse, disse o porta-voz Pierre-Olivier Salmon.

Fonte: Valor Econômico



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