Por Valor SÃO PAULO
As federações das indústrias dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro (Fiesp e Firjan) divulgaram há pouco nota na qual se descrevem ‘perplexas’ com a “inação do governo diante da deterioração crescente do quadro econômico no país”.
No texto, assinado pelos presidentes Paulo Skaf, da Fiesp, e Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, da Firjan, as entidades afirmam que o rebaixamento do grau de investimento brasileiro pela Standard & Poor’s (S&P) é o desfecho de “uma série de hesitações, equívocos e incapacidade de lidar com os desafios de uma conjuntura econômica cujo esfacelamento é resultado de incontáveis erros cometidos ao longo dos últimos anos”. O ponto alto dos erros, segundo avaliação das entidades, foi o envio do Orçamento 2016 ao Congresso com previsão de déficit de mais de R$ 30 bilhões.
O gesto, realizado com a justificativa de entregar ao Legislativo uma peça “realista” é, na visão de ambas, sinal de que o governo deixou de lado sua prerrogativa de propor ao Legislativo o ordenamento de receitas e despesas que atenda às prioridades do Executivo. “Com esse ato, o governo abriu mão de governar”, diz a nota da Fiesp e Firjan. O tom crítico prossegue ao destacar que não há estratégia clara para o combate à crise nem capacidade de “empreender o esforço” que viabilizaria a adoção de um “programa consensual de ajustes na esfera econômica”.
Seguindo as críticas feitas há pelo menos quinze dias por Skaf ao governo, a nota repudia “com ênfase” novos aumentos de impostos. “Esta é a receita fácil de sempre, mas a sociedade não aguenta mais pagar a conta da incompetência do Estado”. Como sugestão para o combate à crise, as federações citam reformas estruturais, redução de impostos para o setor produtivo e uma regra que limite o avanço das despesas públicas, além da adoção de um programa “ousado” de venda de ativos públicos. (Valor)
Fonte: Valor