O segmento de Perfumaria foi o que apresentou a melhor performance no Brasil, atingindo alta de 22% em vendas ex-factory no primeiro quadrimestre de 2021, quando comparado com o mesmo período de 2020. O destaque fica por conta da perfumaria feminina, que teve um crescimento de 26% no primeiro quadrimestre de 2021, contra 15% da perfumaria masculina.
Ações promocionais e datas comemorativas, como o Dia das Mães, contribuíram para impulsionar o consumo deste segmento no período, assim como a cultura brasileira de se perfumar como ato de promoção de bem-estar.
O segmento de produtos de Higiene Pessoal segue com alta e fechou o primeiro quadrimestre com crescimento de 11,4% em vendas ex-factory (na comparação com o mesmo período de 2020), dada a relação dos itens deste segmento com a manutenção da saúde e a prevenção de doenças, como a Covid-19.
Dentre as categorias que tiveram melhor desempenho estão as de produtos relacionados ao banho, hábito reforçado no dia a dia dos brasileiros, por conta também da prevenção à Covid-19. No primeiro quadrimestre de 2021, a categoria de sabonetes obteve uma alta nas vendas de 23%; a de xampus +2% e condicionadores +1%, todos dados em vendas ex-factory, em comparação ao mesmo período de 2020.
Tratamento capilar segue em crescimento de dois dígitos +18%. A categoria lançou uma enorme diversidade de produtos, como aqueles destinados a controlar o frizz, hidratar, proporcionar maciez, auxiliar na prevenção dos danos cotidianos, além de melhorar a definição dos cachos. O que não falta no mercado são produtos para atender às diferentes demandas do consumidor e as marcas que atuam nesta categoria não param de inovar.
Já consumo do álcool em gel nos quatro primeiros meses de 2021 se manteve estável em comparação ao mesmo período de 2020. O consumidor entendeu a sua importância como um produto essencial no combate à pandemia, quando não há possibilidade da lavagem das mãos.
No segmento de Cosméticos, a categoria de “maquiagem para as unhas” foi o grande destaque, com um crescimento de 8,7%, puxado por lançamentos de edições limitadas de esmaltes, que tiveram ampla divulgação, principalmente com ações nas redes sociais, com foco em grupos diversificados de consumidores.
Além disso, o esmalte é um produto consumido por vários elos da cadeia, como manicures, salões de beleza, esmalterias e pelo próprio consumidor final, que encontra o produto em distintos canais de vendas.
A chegada do outono e do clima mais seco, associada à maior recorrência de banhos, também impulsionaram a categoria de produtos de cuidados com a pele com o corpo, com isso, os hidratantes corporais apresentaram um crescimento de 40% em vendas ex-factory nos primeiros quatro meses de 2021, em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Outra categoria de produtos que ganhou importante papel na pandemia foi a de cuidados com a pele do rosto, que se manteve estável no período. Os destaques foram os tônicos faciais, com crescimento de 23%; e os produtos anti-acne, com alta de 28%, ambos em valor de vendas ex-factory.
“A máscara de proteção facial individual se tornou indispensável no dia a dia, e o uso frequente dela pode aumentar a oleosidade da pele e a formação de espinhas no rosto. O crescimento do consumo destes produtos pode estar relacionado a este movimento de uso de máscara de proteção facial”, explica o presidente-executivo da Abihpec.
Já o segmento de tissue, que contempla papel higiênico, toalha de papel multiuso e lenço de papel, apresentou queda de vendas ex-factory de (-17,9%), em função ainda do impacto nos preços praticados no varejo, da alta dos custos dos insumos, indexados em dólar.
Cautela
A ampliação da abertura do comércio na maior parte das cidades brasileiras, especialmente em abril, contribuiu para uma boa performance do setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos no primeiro quadrimestre de 2021. De acordo com o Painel de Dados de Mercado da Abihpec, o setor de HPPC teve uma alta de 5,7% em vendas ex-factory, em relação ao mesmo período do ano anterior.
Apesar do resultado positivo, a cautela ainda se faz presente e necessária. “Mesmo com uma tendência de aceleração da retomada da economia, o crescimento de 8,90% no INPC² nos últimos doze meses é preocupante”, afirma João Carlos Basilio, presidente-executivo da associação.
Além disso, apesar da economia do Brasil estar melhorando, dado o crescimento do PIB (Produto Interno Bruno), de 1,2% no primeiro trimestre deste ano, o desemprego, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), chegou ao patamar de 14,7% em março. Esse quadro negativo, segundo a associação, reforça o cuidado da população com o aumento dos gastos em muitos bens e serviços.
Fonte: REVISTA H&H