Um portal na internet, que possibilite que os documentos relativos aos procedimentos de exportação e importação sejam analisados em apenas um lugar e não em diversos órgãos anuentes, é uma medida em análise pelo governo federal. Uma das instituições que contribui para a formatação dessa proposta de desburocratização é a Procomex, que reúne diversas entidades empresariais. “O governo tem claro o quê fazer, estamos auxiliando sobre o como fazer”, destaca o coordenador executivo da Procomex, John Edwin Mein. Ele acrescenta que a ferramenta, além de atender à necessidade de se ter só uma “janela”, permitirá que todos os atores envolvidos com o comércio exterior, sejam públicos ou privados, tenham maior visibilidade sobre o trâmite da carga. No entanto, o dirigente ressalta que o mecanismo será aproveitado na análise documental e não quanto à inspeção física das mercadorias. Ele acredita que em três ou quatro anos o sistema poderá ser implantado. “A gente sabe que tempo é dinheiro para o comércio exterior”, afirma Mein.
O coordenador da Procomex também frisa que o processo logístico não envolve somente os responsáveis pela liberação das cargas. Segundo ele, em torno de 15% das cargas em contêineres sofrem overbooking nos portos brasileiros. “Igual ao avião que aceita mais passageiros do que tem de acentos”, ilustra o dirigente. No caso das cargas, os produtos precisam esperar no terminal pelo próximo navio, que, muitas vezes, demora mais de uma semana para zarpar. Estudos indicam que, dependendo do segmento e do produto, um dia com a carga parada no porto significa um custo de 0,8% a 3,5% do valor da mercadoria. O executivo sustenta que haveria um ganho de competividade através de uma maior integração entre carga e transporte, uma visão sistêmica do processo e não fragmentada. Mein palestrou nessa quinta-feira, na Fiergs, durante a 15ª Transposul. O analista de Comércio Exterior da Fecomércio-MG André Luis Notini Rodrigues foi outro participante do evento, que será encerrado nesta sexta-feira. (Veja a matéria no site – Fonte: Jornal do Comércio)