A presidente Dilma Rousseff anuncia amanhã o plano que promete resolver parcela significativa dos gargalos logísticos do país, atendendo a uma queixa antiga do empresariado brasileiro. Nesta primeira etapa, entrarão as concessões de rodovias e ferrovias, incluindo o Trem de Alta Velocidade (TAV). Portos e aeroportos, para os quais o modelo a ser adotado ainda não está maduro, ficarão para uma segunda fase. Com isso, serão prioritárias as construções e reformas de estradas e ferrovias que levem diretamente a portos e aeroportos. O governo localizou uma série de falhas na condução dos processos de construção da infraestrutura do país: de nada adianta reformar um porto se a via de acesso não está sendo feita. Assim, o plano de outorga das rodovias deve repassar para a iniciativa privada trechos em estados em que estão concentrados alguns dos principais polos de produção agrícola e mineral do país (Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins). Na lista estão a BR-163, importante para o escoamento da soja produzida em Mato Grosso do Sul (MS) até terminais portuários no Norte e no Sul do Brasil. Também está no planejamento a BR-267, que faz ligação com o Porto Murtinho (MS), às margens do Rio Paraguai. Nesta região, também se planeja fazer uma concessão de ramal ferroviário que integrará esse mesmo município à ferrovia Norte-Sul, o que beneficiará o escoamento da produção de minério de ferro da região de Corumbá (MS). Outros exemplos de projetos na lista são as concessões das rodovias: BR-262 (que liga Belo Horizonte à Vitória), de trechos da BR-101 na Bahia e da BR-153 no Espírito Santo que fazem a ligação com os terminais portuários. Fontes do governo garantem que, diferentemente do que se viu ao longo deste ano, esse não será mais um pacote emergencial para tentar levantar o Produto Interno Bruto (PIB) em 2012 – tarefa já considerada impossível. Mas, sim, um plano estrutural que elevará a capacidade de crescimento no longo prazo. Há anos que o governo prevê um crescimento contínuo da economia brasileira a uma média entre 4,5% e 5%. No entanto, essas projeções foram frustradas, principalmente, após a eclosão da crise global. Durante o anúncio, a presidente vai explicar a seus convidados toda a lógica do que está para ser batizado de Plano Nacional de Logística Integrada. Até ontem à noite ainda estava indefinido se Dilma faria uma reunião mais restrita com os 30 maiores empresários e banqueiros para dar uma linha geral do plano antes ou se faria o anúncio para todos de uma vez. Deverá falar ainda que o governo estuda a redução dos encargos na tarifa de energia e da possibilidade de ampliar o número de setores que terão a desoneração da folha de pagamentos. Ambas as ações também vão no sentido de ganhos de competitividade. (Fonte: Brasil Econômico)