Redes ampliam oferta de formatos que driblam custos fixos e com pessoal

Franchising aposta em modelos cada vez menores; além das opções que podem ser desenvolvidas em casa ou dentro de outra loja, crescem os negócios para atuação na venda porta a porta

O franchising no Brasil olha com atenção para os modelos de nanofranquias e microfranquias na busca de maior capilaridade para marcas e de menor custo para franqueados. O foco é o contingente de desempregados, capitalizados com indenizações ou saque do FGTS inativo.

A diretora de microfranquias da Associação Brasileira de Franchising (ABF), Adriana Auriemo, diz que o crescimento de franquias de menor porte mostra a agilidade do franchising brasileiro, que, diante de um cenário econômico adverso, buscou alternativas para crescer e lucrar. “De acordo com a ABF, em termos de localização, unidades home-office representam 5,3% do total em operação. Por modalidade, outros formatos que incluem quiosque, loja virtual, store in store e trucks representam 10% das unidades. E isso deve crescer”, afirma Adriana.

Neste universo, a novidade são os formatos para vendas diretas. Uma das estreantes, que lançará o modelo na 26ª edição da ABF Franchising Expo, é a rede NYS Collection Eyewear. Com aporte inicial a partir de R$ 15mil, o franqueado opta entre uma mala com capacidade para cem modelos de óculos ou uma bolsa para 50 peças.

“O modelo será um sucesso”, diz Cristiane Capella, diretora da rede no Brasil. Segundo ela, o formato atende investidores que querem evitar custos fixos ou gastos com pessoal.

Em casa ou na mala

Carregar a franquia na mala para fazer venda direta (ou porta a porta) também é a proposta da Quinta Vallentina. A empresa de calçados começou com uma loja física, mas percebeu que a maioria das compras era feita em domicílio por mulheres que não tinham tempo para comprar sapatos.

Para adquirir uma franquia, o investimento é de cerca de R$ 20 mil, que inclui estoque inicial e taxa de franquia. “Nosso negócio é vantajoso, principalmente para quem procura por algo para complementar a renda, já que não existem custos operacionais”, diz Renato Kuyumijan. Hoje, a rede conta com 250 unidades.

Outra marca que aposta na venda porta a porta é a Cosmetic Green. A rede de cosméticos atua na venda on-line com o modelo home-based, exigindo R$ 450 de taxa de franquia. Para atuar no formato porta a porta, o franqueado deve possuir veículo próprio, que será adesivado pela rede.

Desta forma, o franqueado pode agendar reuniões com clientes, levar seus produtos nas casas e vender sua mercadoria. Com R$ 12 mil, a franqueadora já oferece o primeiro estoque de produtos, treinamento, suporte e marketing.

Assim como no modelo porta a porta, a vantagem das franquias home-based, que permitem o trabalho em casa, é dispensar a necessidade de ponto fixo. Uma opção neste filão é a CredFácil, que concede crédito consignado para aposentados e pensionistas. Com investimento inicial de R$ 50 mil, a CredFácil tem 50 unidades e faturou R$ 15 milhões em 2016. Outra possibilidade é a microfranquia de distribuição da Cacau Show. O franqueado investe a partir de R$ 19 mil para desenvolver uma carteira de revendedores domiciliares ou corporativos.

Outra alternativa para evitar custos fixos é o modelo “loja dentro da loja”. A rede de semijoias Mapa da Mina vai lançar este formato também na feira da ABF. O modelo Express é uma torre com peças e acessórios da marca que pode ser montada em lojas, salões de beleza, clínicas de estética e em outros estabelecimentos. Marcos Pertile, diretor da rede, está de olho nos mercados de São Paulo e do Rio de Janeiro. O investimento para dez torres é de R$ 50 mil.

Para empreendedores que preferem investir em ponto fixo, também há formatos mais econômicos. A Gigatron Franchising, rede de franquias de serviços em tecnologia, entre eles o de certificação digital, também vai apresentar na feira da ABF sua unidade-contêiner, com investimento de R$ 40,5 mil, incluindo taxas de franquia, de instalação e capital de giro. A principal característica do modelo é a mobilidade. “O objetivo é atrair investidores”, diz Marcelo Salomão, diretor da rede.

“O modelo permite levar a solução do certificado digital em diversas regiões. O treinamento é 100% on-line e o franqueado conta com todo o suporte técnico, comercial e de marketing.”

Outra alternativa home-based é a Encontre Sua Viagem, rede com 500 unidades e investimento de R$ 5 mil. O setor de viagens foi destaque dentre as franquias, com alta do faturamento de 31% no primeiro trimestre. Uma das franqueadas é Amanda Pereira, engenheira civil, pós-graduada em projetos e com MBA em negócios imobiliários e de construção civil. Sua unidade em Resende, interior do Rio de Janeiro, fatura R$ 70 mil por mês.

Fonte: DCI

Comments

Open chat
Como posso te ajudar?