Indústria de cuidados pessoais sente o impacto da alta carga tributária do Brasil

– Setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos fechou 2016 com queda real de 6%

– Segmento de higiene oral, vital para manutenção da saúde e bem-estar dos brasileiros, tem queda no ranking mundial de consumo

O cenário de instabilidade política econômica que vem assolando o Brasil nos últimos anos reflete diretamente no desempenho dos principais responsáveis pela engrenagem da economia brasileira. E o setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (HPPC) – historicamente mais resiliente – sente, pelo segundo ano consecutivo, o impacto deste cenário negativo somado às medidas indiscriminadas de aumento de alíquotas tributárias no país.
O setor fechou 2016 com faturamento “Ex-factory”, líquido de imposto sobre vendas, de R$45 bilhões e queda real de 6% com relação ao ano anterior. “A indústria de HPPC segue empenhando esforços para superar o momento que estamos vivendo no Brasil e, apesar da queda, já conseguimos entregar um resultado melhor do que em 2015”, comentou João Carlos Basilio, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC).
O aumento das alíquotas tributárias teve impacto direto em importantes categorias de cuidados pessoais e o consumidor brasileiro – que já vem mantendo o orçamento apertado – sentiu a alta nos preços. Categorias ligadas diretamente à saúde, como produtos de higiene oral, por exemplo, perderam posição no ranking mundial de consumo, de 3ª para 4ª posição. “Somente o creme dental, essencial para o cuidado da saúde bucal, teve queda de volume de 4,6%. Do ponto de vista da saúde do brasileiro, significa dizer que estamos dando um passo para trás”, alerta Basilio.
O efeito cambial para conversão do real para dólar também influenciou o resultado negativo e, como consequência, o setor acabou perdendo liderança no mercado mundial em outras categorias de reconhecimento internacional e essenciais no dia a dia, como a de cuidados para os cabelos (passando de 3° para 4° consumidor mundial).

Cenário político econômico e perspectivas

A ABIHPEC acredita que o setor volte a crescer e feche 2017 com pequena melhora em relação a 2016. “Se tudo correr da forma como estamos planejando, prevendo e trabalhando, somado ao encaminhamento das reformas vitais para a sustentação da economia nacional, acreditamos em uma breve recuperação ao longo do ano” analisa Basilio. O Brasil segue como um dos mais importantes mercados mundiais e o consumidor reconhece a essencialidade que os artigos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos representam para a manutenção da saúde e bem-estar. “Vamos continuar trabalhando fortemente para antecipar necessidades e entregar os melhores produtos para o brasileiro”, finalizou o presidente executivo da entidade.

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