Envelhecimento da população e novas tendências impulsionam inovações no setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos
Responsáveis por grande parte da movimentação da economia do país, os consumidores da faixa etária dos “50 anos+” estão entre os que mais se preocupam com os cuidados com a saúde e com o bem-estar. Por este e outros motivos, o setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos está atento a este público, e prova disso foi o workshop “Cosméticos Para o Universo do 50+, a evolução do conceito antiaging”, realizado pela ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), em 6 de junho.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a população do País está envelhecendo. O número de pessoas acima dos 60 anos deve quadruplicar até 2060, com a expectativa de vida atingindo 84 anos, seis a mais do que hoje. De acordo com a gerente de Novos Negócios do Instituto Locomotiva, Carolina Nacle, que palestrou no evento da ABIHPEC, o mercado consumidor com 50 anos ou mais movimenta R$ 1,8 trilhão por ano.
“Muitas das inovações do nosso setor são motivadas pelas mudanças nas características da população. Com a elevação da expectativa de vida, buscamos novas soluções no desenvolvimento de produtos que entreguem os benefícios que esse público necessita. E para entender o Consumidor 50+ e suas necessidades, trouxemos vários aspectos ligados às características da pele desses indivíduos”, conta a gerente de inovação da ABIHPEC, Marina Kobayashi.
O evento reuniu especialistas da indústria para discutir tendências de consumo e questões relacionadas ao desenvolvimento de produtos capazes de garantir saúde, proporcionar qualidade de vida e autoestima.
A médica dermatologista, Flávia Ravelli, mostrou os diversos fatores envolvidos no envelhecimento. Alertou, por exemplo, que questões como a radiação não-ultravioleta, a poluição, a má nutrição, o stress e a falta de sono também interferem na saúde da pele. Seguindo uma linha similar, Maria Inês Harris, diretora do Instituto Harris, trouxe imagens de estudos que mostram como as variações genéticas e as mudanças estruturais de células também contribuem para mudanças na derme.
Já a gerente de marketing técnico da PIC Química, Sara Bentler, abordou a descoberta da alfa cristalina como solução para resgatar a luminosidade da pele de pessoas com 50 anos ou mais, já que a opacidade e a baixa luminosidade são queixas recorrentes de consumidores desta faixa etária.
Considerando que o envelhecimento aparece no corpo de várias maneiras, não apenas na pele em si, questões relacionadas ao desgaste do couro cabeludo e unhas foram abordadas nas palestras apresentadas por Dáphine Clemente, coordenadora de avaliação clínica e instrumental da L’oréal, e Gustavo Dieamant, gerente de P&D do Grupo Boticário.
Outra apresentação que chamou a atenção do público foi a apresentada por Flávia Addor, diretora técnica do Grupo Medcin. Na ocasião, a palestrante contou como a descoberta de novos alvos celulares podem proporcionar sensações e conforto durante o cuidado com a pele, colocando isso como um potencial diferencial de marcas.
Por fim, Carlos Praes, presidente do Conselho Científico-Tecnológico da ABIHPEC e diretor do Innovabeauty, relatou curiosidades e tendências na área de pesquisa e desenvolvimento de produtos destinados aos mais velhos. Praes abordou a evolução de tecnologias que sustentam as inovações científicas no segmento de skin care, como a aplicação de recursos de inteligência artificial e nanotecnologia.
“Reparem que, hoje em dia, já é possível o aparelho celular nos informar qual fator de proteção solar devemos aplicar de acordo com a incidência da luz do sol em determinado dia, hora e região em que nos localizamos”, lembrou o especialista em um dos exemplos que abordou no evento.
O presidente-executivo da ABIHPEC, João Carlos Basilio, ressaltou a importância de a indústria acompanhar as transformações na população. “Desenvolver produtos capazes de garantir a saúde o bem-estar das pessoas é uma das principais premissas do nosso setor. Portanto, estarmos bem munidos de informações como as compartilhadas no workshop é essencial para nosso bom direcionamento”, afirma.