Domínio dos dados: o primeiro passo para desbloquear o poder da IA no setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

Domínio dos dados: o primeiro passo para desbloquear o poder da IA no setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

Workshop INOVAÇÃO ABIHPEC, realizado ao longo de dois dias na In-cosmetics Latin America, explorou o potencial da IA na otimização de processos industriais e desenvolvimento de produtos, destacando seu papel fundamental em impulsionar a sustentabilidade no setor

A Inteligência Artificial (IA) tem se mostrado uma aliada inevitável na transformação da indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPPC). É o que se confirmou durante o segundo e último dia do Workshop INOVAÇÃO ABIHPEC, realizado na In-cosmetics Latin America 2024, onde especialistas compartilharam como a IA vem sendo aplicada para otimizar processos, reduzir desperdícios e promover a personalização de produtos, tudo com o objetivo de minimizar o impacto ambiental e maximizar a inovação.

Antonio Grandini, co-Fundador da AVESO, Hub de Inovação para Operações, apresentou as cinco áreas principais em que a IA está gerando impactos profundos na indústria: sustentabilidade, personalização, redução de desperdícios, cadeia de suprimentos e desenvolvimento de produtos. Ele explicou que a IA já está transformando a maneira como cosméticos são produzidos, otimizando desde a formulação até a distribuição, e promovendo a sustentabilidade ao reduzir emissões de carbono e melhorar a eficiência energética. Ferramentas de IA têm sido usadas para monitorar a cadeia de suprimentos, assegurando maior transparência e sustentabilidade na escolha de matérias-primas.

De acordo com o especialista, algoritmos inteligentes são capazes de analisar dados individuais de pele para recomendar produtos específicos para cada consumidor, resultando em uma experiência personalizada que também reduz o desperdício. “Ao proporcionar uma personalização em massa, a IA não só melhora a satisfação do consumidor, mas também promove o uso mais eficiente de recursos”, destacou Grandini. Essa capacidade de adaptar produtos às necessidades reais dos consumidores contribui diretamente para a redução do impacto ambiental.

A revolução ocorre dentro das fábricas, ao otimizar o uso de insumos, minimizando excessos de estoque. Isso significa menos desperdício de materiais e uma cadeia produtiva mais sustentável. “Estamos vivenciando uma nova era em que a tecnologia permite operar com precisão, evitando sobras e perdas desnecessárias”, acrescentou.

A gestão eficiente de dados é um dos pilares fundamentais para que a IA possa efetivamente promover a sustentabilidade e a inovação na indústria cosmética.  De acordo com a diretora assistente da CAS, Molly A. Strausbaugh, a tecnologia pode transformar vastas quantidades de informações sobre ingredientes, em ações práticas focadas nos critérios ESG (Ambiental, Social e Governança). A IA possibilita uma análise mais rápida e eficiente das propriedades dos ingredientes, ajudando a criar formulações seguras e sustentáveis.

Carlos Praes, fundador da Innova Beauty, diz que a IA pode otimizar o desenvolvimento de produtos, utilizando modelos preditivos que sugerem formulações ideais e avaliam o ciclo de vida dos produtos, desde a extração de matérias-primas até o descarte, identificando quais ingredientes são mais sustentáveis e qual é o impacto ambiental de cada produto, promovendo uma gestão mais eficiente e ecológica dos recursos.

Marcelo de Paula Corrêa, professor titular e diretor do Instituto de Recursos Naturais da Universidade Federal de Itajubá, explorou como a IA pode contribuir para a eficiência energética e a redução de emissões de carbono. Ele explicou que a tecnologia já está sendo aplicada em sistemas de transporte inteligentes e na otimização de redes de energia, reduzindo os custos com eletricidade e as emissões de gases de efeito estufa. Esses avanços são promissores para indústrias que buscam diminuir sua pegada de carbono e adotar práticas mais verdes.

Um dos exemplos inovadores foi compartilhado por Carolina Horta Andrade, professora da Universidade Federal de Goiás, que falou sobre a tecnologia SOFIA, uma solução em IA para a criação de fragrâncias. SOFIA emprega algoritmos avançados para analisar grandes bases de dados de moléculas e ingredientes aromáticos, permitindo a previsão e geração de novas combinações de aromas. A tecnologia acelera o desenvolvimento de novos produtos, como também possibilita a criação de perfumes sob medida, explorando combinações inéditas de ingredientes e promovendo a sustentabilidade no uso de recursos.

Apesar de todos os benefícios e avanços proporcionados pela IA, os especialistas também ponderam sobre os desafios que ainda precisam ser superados. Embora a IA tenha o potencial de revolucionar a sustentabilidade na indústria cosmética, todos alertam para o impacto ambiental do uso intensivo da tecnologia, especialmente no consumo de energia necessário para o treinamento de grandes modelos de IA, que pode gerar emissões de carbono significativas.

Sobre a ABIHPEC – A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) é uma entidade privada que tem como finalidade representar nacional e internacionalmente as indústrias do setor, instaladas em todo país e de todos os portes, promovendo e defendendo os seus legítimos interesses, por meio de ações e instrumentos que contribuam para o seu desenvolvimento, buscando fomentar a competitividade, a credibilidade, a ética e a evolução contínua de toda a cadeia produtiva.

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