Apesar de o Ministério da Fazenda ter comemorado o cumprimento da meta fiscal de 2013, o resultado do governo federal é o segundo pior de todo a administração petista, iniciada em 2003.
Em proporção ao PIB (Produto Interno Bruto), o valor economizado no ano passado só supera o de 2009, ano de forte crise, em que o país teve retração econômica. Naquele ano, o superavit primário ficou em 1,3% do PIB. Em 2013, em cerca de 1,5%.
E a meta de R$ 73 bilhões só foi superada porque houve arrecadação de mais de R$ 35 bilhões em receitas extraordinárias -R$ 15 bilhões pela concessão do campo de Libra e mais de R$ 20 bilhões com a recuperação de dívidas tributárias.
A promessa original do governo federal era fazer uma economia bem maior, de R$ 108,1 bilhões, ou 2,2% do PIB, bem acima do 1,5%.
Para todo o setor público, ou seja, incluindo Estados e municípios, o valor chegaria a R$ 156 bilhões (3,1% do PIB). Desde o início do ano, porém, o mercado não acreditava que ela seria cumprida. Em 2012, o governo já havia enfrentado dificuldades para fechar as contas e recorrera a manobras contábeis para economizar 2% do PIB.
Na metade do ano passado, o governo desistiu oficialmente de cumprir a meta cheia. Ela foi reduzida de 3,1% para 2,3% do PIB, sendo 1,5% de responsabilidade do governo federal e o restante, de Estados e municípios.
A justificativa foi o fraco crescimento da arrecadação, devido ao baixo resultado do PIB e também à perda de receita devido a cortes de impostos. Até novembro, o governo deixou de arrecadar R$ 70 bilhões com desonerações.
Como o governo continuou ampliando gastos, principalmente nas áreas de saúde, educação e social, a economia teve que ser reduzida.
Para fazer o ano que vem, o governo conta com um aumento da arrecadação e com novas receitas extraordinárias -dentre elas, segundo Mantega, um aumento da receita com dividendos de estatais, a depender do desempenho das empresas em 2014.
Fonte: Folha