Após dois anos seguidos de queda, o setor de higiene, perfumaria e cosméticos voltou a crescer em 2017. A receita, descontados impostos e inflação, cresceu 2,77% segundo a ABIHPEC (associação da indústria do segmento).
O resultado, porém, não é visto pela entidade como uma retomada definitiva das empresas do ramo.
“Tivemos alguma recuperação nas vendas mais pelo otimismo do consumidor do que pela melhora na economia, mas não chegamos perto dos patamares anteriores à crise”, diz João Carlos Basilio, Presidente da associação.
Antes do início da recessão, a média de crescimento dessa indústria variava entre o dobro e o triplo da do PIB. Em 2015 e 2016, as perdas chegaram a 6% e 9%, respectivamente.
A ABIHPEC traça dois cenários principais para 2018. O mais pessimista prevê estagnação no faturamento caso haja aumento da carga tributária média dos produtos.
“Temos receio de que haja elevação de tributos. A reforma do PIS e da Cofins podem prejudicar o ramo, e percebemos movimentos de alta de ICMS em alguns Estados. Se isso ocorrer, vamos patinar neste ano”, afirma o executivo.
“A indústria já é onerada demais hoje. Um repelente paga mais imposto que algumas bebidas alcoólicas”, explica Basilio.
A favor dos fabricantes de cosméticos e itens de higiene pessoal estão a projeção de novos cortes na taxa básica de juros (Selic) e a retomada do emprego e do consumo em 2018.
“A Selic se aproximar dos 6% é uma boa notícia a médio e longo prazo. Contribui com a recuperação da capacidade de investimento”.
Em sua projeção de conjuntura, a entidade prevê, ainda, uma recuperação lenta nos preços para este ano.
(Fonte: Supermercado Moderno, 14 de março de 2018)