Por Paula de Paula, de São Paulo
O comércio bilateral entre o Brasil e a Colômbia aumentou cinco vezes em pouco mais que 10 anos. Segundo diretor da agência de promoção de investimentos da cidade de Bogotá (Invest in Bogotá), Juan Gabriel Perez, a relação deve ganhar mais força.
Em entrevista concedida por e-mail ao jornal DCI o especialista citou que até setembro, a soma das exportações e importações da Colômbia para o Brasil ultrapassou US$ 3 bilhões, o que faz do Brasil o segundo parceiro comercial da Colômbia na América Latina (atrás apenas do México).
Segundo Perez, a Colômbia tem enfatizado ter uma agenda de integração a fim de procurar mais oportunidades de comércio internacional. “O país deve continuar a internacionalização e liberalização, especialmente através dos acordos comerciais em vigor com o Mercosul. De acordo com informações do Ministério de Comércio, Indústria e Turismo, as exportações colombianas para o Brasil aumentaram 80%, principalmente de produtos não tradicionais”, disse.
Entre os segmentos citados pela Agência de Promoção de Exportações da Colômbia, a Proexport, alguns produtos que teriam resultados a curto prazo seriam: óleos e gorduras, atum, materiais de construção, acessórios em couro, moda praia, insumos para itens como rendas e tudo relacionado a roupas íntimas femininas.
Investimentos
Além do comércio, o diretor também vê o interesse de empresários colombianos em se estabelecerem no Brasil.
Ao longo dos últimos 20 anos, os investimentos colombianos no País totalizaram US$ 1,5 bilhão, Desse total, US$ 1 bilhão foi relativo aos últimos cinco anos.
Segundo Perez, as vantagens do Brasil são, entre outras, um mercado de aproximadamente 200 milhões de consumidores e uma estabilidade econômica e institucional que se destaca na região. Ele cita os setores de petróleo, telecomunicações, geração de energia e material de construção como os principais.
“Por exemplo, podemos incluir investimentos como os feitos pelo grupo ISA, que adquiriu a empresa de Transmissão de Energia Paulista (Ctee) e este ano também comprou (através de sua subsidiária Internexa) a empresa carioca Nelson Quintas Telecom. Além disso, entre a Coroa e Organização Eternit foi construído um centro de produção de vasos sanitários e pias com um valor aproximado de US$ 50 milhões, que entrará em operação no início de 2014”, exemplificou.
No caso de empresas brasileiras, o diretor da agência de promoção, citou o acesso à Aliança do Pacífico como uma das vantagens de se investir na Colômbia. “Destaca-se recorde em investimentos estrangeiros diretos, devido ao bom desempenho econômico, uma confiança crescente no país e a melhora nas suas classificações. Ela tem um dos melhores ambientes da América Latina para se fazer negócios, e de acordo com várias instituições internacionais, é um dos países mais competitivos da região. A Colômbia é vista pelos investidores como um lugar seguro e estável no qual a economia funciona”.
“Graças ao crescimento e dinamismo da economia de Bogotá, as empresas brasileiras estão investindo em oportunidades em diferentes setores, tais como serviços de base tecnológica; artigos como plásticos, produtos químicos, produtos farmacêuticos, cosméticos, autopeças, biotecnologia e infraestrutura”.