Por Arícia Martins
O comportamento do comércio em São Paulo, que já vinha em ritmo mais fraco do que a média do país, teve essa tendência agravada pelo cenário recessivo. Segundo pesquisa feita pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) com base em dados da Secretaria da Fazenda do Estado, o volume de vendas do varejo ampliado paulista (inclui automóveis e material de construção) caiu 7,3% de janeiro a abril sobre igual período de 2014. Em todo o Brasil, as vendas diminuíram 6,1%, segundo o IBGE.
Apenas em abril, o comércio ampliado no Estado encolheu 12,2% ante o mesmo mês de 2014, com redução em oito dos nove setores pesquisados. As maiores influências negativas partiram dos ramos de veículos, material de construção, móveis e decorações e lojas de departamento e de eletrodomésticos e eletroeletrônicos, que registraram queda de dois dígitos.
Para Marcel Solimeo, economista chefe da ACSP, esses segmentos mostraram performance pior por dependerem mais de financiamento, que ficou mais caro após a alta dos juros, mas o quadro ruim para a renda também está afetando os resultados de setores que não são tão sensíveis ao crédito.
Nos supermercados, por exemplo, o volume de vendas ficou 3,8% menor no primeiro quadrimestre de 2015. “No último trimestre, sempre há uma recuperação das vendas por causa da injeção adicional de salários, mas neste ano provavelmente essa reação será mais fraca”, afirma Solimeo, porque, diante da atividade em campo negativo, os reajustes salariais de categorias importantes que ocorrem na segunda metade do ano devem ser menores e podem até perder para a inflação.
Fonte: Valor Econômico