Por Robson Sales
O volume de vendas no varejo brasileiro caiu 0,1% em fevereiro, na comparação com janeiro, já descontados os efeitos sazonais, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em sua Pesquisa Mensal do Comércio (PMC). A média estimada pelo Valor Data era de alta de 0,1%, apurada junto a dez consultorias e instituições financeiras. O intervalo das projeções foi de queda de 0,5% a aumento de 1%. Em janeiro, as vendas do varejo cresceram 0,3% em relação ao mês anterior, com ajuste sazonal, dado revisado de uma alta de 0,8%. Na comparação com fevereiro de 2014, o volume de vendas do varejo caiu 3,1%, a maior baixa para o mês desde 2001 e a pior desde agosto de 2003, quando o índice despencou 5,7%. Esse recuo foi puxado pela diminuição de 10,4% na venda de móveis e eletrodomésticos e recuo também de 10,4% em combustíveis e lubrificantes. Houve contribuição ainda da baixa de 1,8% nas vendas de hiper e supermercados. Esses três segmentos de um total de oito foram responsáveis por quase toda a queda de 3,1% do varejo no período. No ano, as vendas varejistas cederam 1,2% mas, em 12 meses, tiveram crescimento de 0,9%.
No caso da receita nominal do varejo, houve elevação de 0,7% em fevereiro, depois da alta de 1,3% em janeiro, já descontados os efeitos sazonais. Na comparação com fevereiro de 2014, a receita nominal do varejo aumentou 3,6%. No ano, a receita nominal apresentou alta de 5% e, em 12 meses, de 7,2%. Quanto ao varejo ampliado, que inclui veículos e motos, partes e peças, e material de construção, o volume de vendas cedeu 1,1% em fevereiro, após baixa de 0,6% em janeiro. Foi, aliás, o terceiro mês consecutivo de resultado negativo, como apontou o IBGE. O mercado esperava recuo de 1%. Ante fevereiro de 2014, o volume de vendas do varejo ampliado caiu 10,3%, o maior da série histórica, iniciada em 2004.
No ano, as vendas diminuíram 7,5% e, em 12 meses, 3,8%. No conceito ampliado, o volume de vendas caiu 1,1% ante janeiro e recuou 10,3% na comparação com fevereiro do ano passado. No conceito restrito, que abrange oito setores (sem veículos e materiais de construção), houve queda de 0,1% e de 3,1%, respectivamente. O maior recuo em fevereiro, na comparação com janeiro, foi o de combustíveis e lubrificantes (5,3%), seguido pelas vendas de veículos (3,5%), móveis e eletrodomésticos e equipamentos para escritório, informática e comunicação (ambos com 1,3%), materiais de construção e vestuário e calçados (ambos com 0,7%), hiper e supermercados (0,2%). Entre os segmentos que tiveram aumento nas vendas estão artigos farmacêuticos e perfumaria (0,8%), livros, jornais e revistas (1%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,8%). (Robson Sales | Valor)
Fonte: Valor Economico