O comércio varejista vendeu 1,8% mais em abril comparado a março, segundo Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta terça-feira, 8. A alta é a maior para um mês de abril desde 2000 e devolveu o varejo para um patamar acima do período pré-pandemia. No ano, o varejo acumula alta de 4,5% e nos últimos 12 meses, de 3,6%.
A maior expansão, segundo o IBGE, veio do segmento de Móveis e Eletrodomésticos, cujas vendas cresceram 24,8% em abril. Também ajudaram positivamente as vendas do setor de Tecidos, Vestuário e Calçados, com vendas 13,8% maiores em relação a março, de Equipamentos e Material para Escritório, Informática e Comunicação, com alta de 10,2%, Outros artigos de uso pessoal e doméstico (6,7%), Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (3,8%), Combustíveis e Lubrificantes (3,4%) e Artigos Farmacêuticos, Médicos, Ortopédicos, de Perfumaria e Cosméticos (0,9%). “Abril foi um momento em que as grandes lojas de móveis e eletroeletrônicos focaram na receita de consumo das famílias”, diz Cristiano Santos, gerente da pesquisa.
Hipermercados registram queda nas vendas
O setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo foram em sentido contrário e fecharam o mês de abril com vendas negativas. Houve retração de 1,7% nesse grupo em relação ao resultado de março. Segundo o IBGE, a queda desse setor impediu que o resultado geral do varejo não registrasse alta maior do que a verificada uma vez que o setor representa praticamente a metade (49,2%) do volume de vendas pesquisado pelo Instituto dentro das oito atividades consideradas para o levantamento.
Para Cristiano Santos, a queda de 1,7% desses setores pode ser explicada pela mudança no consumo das famílias, que “se modificou em termos de estrutura no começo da pandemia, e em alguns setores o consumo tem se concentrado em momentos específicos do ano, como a Black Friday”, diz.
Comparação interanual
Na comparação com abril de 2020 o volume de vendas do varejo cresceu 23,8%, se firmando como a segunda taxa positiva consecutiva. O varejo ampliado, que inclui, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças, que cresceu 20,3% em abril ante maio, registrou em abril 41% de aumento ante abril de 2020. Maior alta da série histórica quando comparado abril sobre abril. Mas segundo o IBGE, o aumento recorde veio pela base de comparação baixa. devido à pandemia da covid-19 naquele mês de 2020.
“Em abril de 2020, foi o maior tombo do índice na série histórica da pesquisa, então quando olhamos para essas grandes variações, precisamos lembrar que muitas dessas lojas declararam uma perda muito grande de receita”, diz Cristiano Santos. Na comparação interanual, os maiores impactos vieram dos setores de Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico, com alta de 104,4%; Tecidos, Vestuário e Calçados, crescimento de 301,2%; Móveis e Eletrodomésticos, alta de 71,3%; Artigos Farmacêuticos, Médicos, Ortopédicos, de Perfumaria e Cosméticos (34,1%), Combustíveis e Lubrificantes (19,9%), Equipamentos e Materiais para Escritório, Informática e Comunicação (47,1%) e Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (095,9%).
Fonte: Jornal DCI