[:pt]Vendas no varejo mudam de direção e têm alta de 0,6% em outubro [:]

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Por Robson Sales RIO ­ (Atualizada às 11h56)

O volume de vendas no varejo aumentou 0,6% em outubro, na comparação com setembro, já descontados os efeitos sazonais, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado interrompe uma sequência de oito meses de taxas negativas seguidas. A expectativa das 17 consultorias e instituições financeiras consultadas pelo Valor Data era de recuo no período, de 1,2%. O desempenho do antepenúltimo mês de 2015 foi puxado por cinco segmentos, entre oito, com destaques para hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (2%), tecidos, vestuário e calçados (1,9%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,5%).

Na comparação com outubro de 2014, o volume de vendas do varejo diminuiu 5,6%. Neste confronto, a previsão era de queda de, em média, 8,5%. No ano, as vendas varejistas cederam 3,6%; em 12 meses, declinaram 2,7%, a perda mais intensa desde janeiro de 2004. O IBGE mostrou ainda que a receita nominal do varejo subiu 1,2% entre setembro e outubro e aumentou 3,3% perante o antepenútimo mês de 2014. No ano, a receita nominal avançou 3,5% e, no acumulado de 12 meses, teve ampliação de 4,1%.

Varejo ampliado No caso do varejo ampliado, que inclui veículos e motos, partes e peças, e material de construção, o volume de vendas encolheu 0,1% na passagem de setembro para outubro. Veículos e motos, partes e peças cederam 0,9% e material de construção teve retração de 2,9%. Perante outubro de 2014, as vendas tiveram queda de 11,8%, a mais acentuada em dez anos. Todos os dez segmentos pesquisados pelo IBGE registraram recuo. A restrição ao crédito e a queda da massa salarial, fatores que já vinham afetando o comércio no país, se juntaram ao aumento da gasolina para provocar o resultado de outubro.

Para o IBGE, a queda de 16,1% nas vendas de móveis e eletrodomésticos foi associada à restrição ao crédito, que se dá tanto pela maior seletividade das instituições financeiras quanto pelo aumento das taxas de juros para as pessoas físicas. De acordo com dados do órgão, esse juro era de 28,1% ao ano em outubro de 2014 e subiu para 38,7% ao ano em outubro deste ano. A redução da massa real de salários também influi no resultado, enquanto ela subia 3,1% no ano passado, caía 10,4% neste ano.

O aumento da gasolina no fim de setembro, com impacto maior em outubro, também afetou o segmento de combustíveis e lubrificantes, cujas vendas declinaram 11,4% no comparativo anual. Em 12 meses, enquanto o IPCA subiu 9,9%, os combustíveis aumentaram 17,7%. Outro segmento afetado pela queda da massa de salários e do crédito foi o de veículos, cujas vendas despencaram 23,9% em outubro ante 2014. O mesmo ocorreu com materiais de construção, com queda de 15,7%. (Robson Sales | Valor)

Fonte: Valor[:]

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