Volume deve crescer mais do que a receita



Por Tatiane Botolozi

O brasileiro pode trocar uma ou outra marca, mas o consumo de produtos de limpeza tende a continuar a crescer neste ano. A Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins (Abipla) espera avanço mais relevante em volume que em faturamento, ao contrário de 2014, quando a receita cresceu perto de 11% e o volume subiu 8%. Em algumas categorias, pode haver a migração para uma marca alternativa mais barata, pelo cenário de desaceleração de renda e de inflação. “O consumidor pode manter duas embalagens da marca que gosta e experimentar uma marca própria como opção”, diz Maria Eugenia Saldanha, presidente da Abipla.

O comprador de produtos de limpeza costuma ser fiel às marcas que está acostumado. O setor tem a seu favor a não dependência de crédito e o fato de os produtos serem considerados ‘essenciais’. O brasileiro tem o hábito de manter a casa em ordem, se decidir sair menos para economizar, pode elevar os gastos com a manutenção da limpeza. A ‘nova classe média’, que passou a adquirir mais produtos de limpeza nos últimos anos, pela melhora de renda e por programas como o “Minha Casa, Minha Vida”, deve seguir como propulsora do aumento de gastos do setor, diz Eugênia. Já a crise de água afeta não apenas o processo de fabricação, mas também os hábitos de consumo dos produtos de limpeza.

A Unilever disse em meados de maio que as vendas da categoria tiveram pequena queda no primeiro trimestre devido à economia do recurso. A Abipla trabalha para estimular o uso e o consumo consciente de produtos concentrados, como amaciantes. A associação espera que a migração de detergentes em pó para líquidos continue neste ano, embora com menos intensidade que em 2014. O setor se beneficiou nos últimos anos do incentivo à compra de itens de linha branca, como máquinas de lavar, pela isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). As demais categorias devem manter desempenho similar, segundo a Abipla. A entidade divulga o anuário do setor dia 23. A empresa de pesquisa britânica Mintel estima crescimento de 42% nas vendas de produtos de limpeza entre 2014 e 2019, atingindo R$ 32,2 bilhões.

Fonte: Valor

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