Penúltimo dia da Semana ABIHPEC de Mercado trouxe como tendências pós Covid-19, um panorama sobre os mercados europeu e asiático, além de discutir a relevância da reconexão das marcas com o consumidor

A live contou também com análises da Wheaton e da Unilever sobre os desafios e a importância das embalagens, num contexto de promoção de novos hábitos mais sustentáveis

Aconteceu nesta quinta-feira (03/09), o quarto dia da Semana ABIHPEC de Mercado, evento anual da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), com a participação da Euromonitor, empresa de pesquisa e informação de mercado; da Segmenta que atua em inteligência e pesquisa de consumo e uma mesa-redonda mediada pela Associação Brasileira de Embalagens (ABRE), com Wheaton e Unilever sobre O Desafio das embalagens no setor de HPPC em tempos de pandemia.

João Carlos Basilio, presidente-executivo da ABIHPEC, deu início à programação do dia juntamente com Rose Hernandes, diretora de Meio Ambiente, da entidade. Eles reforçaram a importância das palestras do dia que trouxeram dados sobre como os demais países, que sofreram a pandemia antes do Brasil, estão observando o comportamento de consumo no pós- Covid-19 e, como a atitude sustentável das empresas é passou a ser ainda mais considerada elos consumidores, em suas escolhas de compra.

Basílio recordou que pesquisas da entidade e de parceiros de mercado vem mostrando que o consumidor está cada vez mais atento e, optando por consumir marcas mais sustentáveis, com isso, as empresas cada vez mais ampliam seus esforços nesse sentido.

Rose Hernandes, Diretora de Meio Ambiente da ABIHPEC, falou sobre o programa “Dê a Mão para o Futuro”, criado em 2006, com o objetivo de colocar em prática soluções para a questão da logística reversa de embalagens pós-consumo e de contribuir para o incremento dos índices de reciclagem no Brasil. O projeto foi desenvolvido como uma alternativa viável para as associadas no gerenciamento de resíduos sólidos pós-consumo e, hoje, conta com 158 cooperativas, em 21 estados, envolvendo cerca de 5 mil catadores cooperados.

Em seguida, o primeiro convidado do dia, Elton Morimitsu, do Instituto Euromonitor, foi responsável por falar sobre Beleza e Cuidados pessoais após Covid-19: O que esperar?

Após apresentar um overview da indústria de HPPC mundial, onde destacou que mesmo em queda, o setor está muito bem perante outros mercados que tiveram crises ainda maiores. O especialista destacou que em 2019, globalmente, o setor de HPPC fechou o ano com um faturamento de 500 bilhões de dólares em vendas e o Brasil está em quarto lugar entre os países que mais movimentam o setor, atrás apenas de EUA, China e Japão.  Ele afirmou também que, segundo as pesquisas, Japão e Brasil, mesmo com a queda em 2020, estão muito otimistas para retomar suas vendas em curto e médio prazos.

Ele apresentou um panorama global dos produtos que tiveram um boom de vendas com a pandemia e tendem agora a manter uma normalização do consumo, porém passam a ter um consumo mais recorrente, uma vez que os hábitos das pessoas mudaram, como é o caso dos produtos voltados para higiene pessoal. E os que caíram em vendas, mas devem retomar rápido, caso dos produtos para unhas e coloração. Um exemplo para esse otimismo, é o comportamento dos chineses que, mesmo com a reabertura dos salões, estão receosos em voltarem a frequentar os mesmos, mantendo assim alguns hábitos que passaram a ter em casa. E um terceiro grupo são os de produtos que despencaram em vendas, mas devem voltar aos poucos, caso das maquiagens, perfumes e proteção solar, que tiveram suas ocasiões de consumo reduzidas, por conta do isolamento social.

Outro ponto apresentado por Morimitsu foram as tendências que vão afetar o mercado de HPPC no pós Covid-19, que ele dividiu em três categorias: Welness, a busca e interesse por saudabilidade mental, devido ao severo isolamento social, considerando que 65% dos consumidores globais avaliam a saúde mental como o assunto mais importante hoje e, 34% já vêm adotando algum tipo de atividade para gerenciar stress e ansiedade. Um sinal para investimento das empresas.

Outras fortes tendências são: a mudança do canal de compras, do físico para o online de forma expressiva. Espera-se que o Brasil feche 2020 com 10% das compras totais do setor via ecommerce, valor este que significa um crescimento de 30% em relação a 2019. Ele trouxe exemplos de marcas asiáticas que usam a loja física como espaços instagramáveis, criando assim uma interessante sinergia entre o online X o físico, gerando conteúdo para o online e impulsionando vendas no físico. A terceira tendência apresentada é a preferência por produtos Clean Beauty, os fáceis de usar sozinhos e de utilidade básica, com fórmulas minimalistas e ingredientes naturais. As pesquisas mostram que os consumidores preferem as marcas que trazem ativos naturais e orgânicos na composição e que tenham em seu DNA a preocupação com sustentabilidade.

Em seguida, foi a vez de Daniel Morimoto, da Segmenta, falar sobre Como a pandemia tem acelerado as tendências para se reconectar com o consumidor. O especialista trouxe uma visão sobre o Social Shopping, o mercado de influenciadores e a necessidade de que as pessoas têm, cada vez mais, de se respaldarem em quem confiam para realizar compras. Este novo comportamento, que segundo os estudos da empresa tendem a crescer, se deve a digitalização e o excesso de informação.

Morimoto fez também uma ampla análise sobre o mercado de HPPC e as fases mais marcantes do seu desenvolvimento nos últimos anos, para contextualizar como alguns segmentos evoluíram, como por exemplo o de perfumaria seletiva que, desde a década de 90, com a abertura das importações e a chegada das grandes marcas de beleza do segmento prestígio ao país, teve grande ampliação de portfólio. O especialista levou os participantes a lembrarem toda a história do mercado de HPPC.

2002 – Entrada da marca MAC;

2008 – Fundação da Beleza na Web, muito importante na categoria;

2010 – Chegada da Sephora via ecommerce;

2012 – Lançamento da The Beauty Box, pelo Grupo Boticário, e da abertura da primeira loja física da Sephora;

2013 – Magazine Luiza comprou a marca ÉPOCA;

2016 – Fortalecimento das compras em Duty Free;

2017 – Entrada da Riachuelo no mercado de perfumaria;

2018 – Entrada da marca Foreo, Beleza na web abrindo loja física e Drogaria Iguatemi inaugura loja conceito;

2019 – Grupo Boticário compra a Beleza na Web e C&A passa a vender beleza e fragrâncias;

2020 – Covid-19, ano promissor que foi surpreendido em março com a pandemia global e fechamento de lojas físicas.

O último bloco da manhã foi a mesa-redonda sobre O Desafio das embalagens no setor de HPPC em tempos de pandemia com Renato Massara, Diretor Comercial e de Marketing da Wheaton; Juliana Marra, Head de External Affairs, da Unilever e moderação de Luciana Pellegrino, diretora-executiva, da ABRE (Associação Brasileira de Embalagens).

Luciana reforçou a importância da embalagem como um elo fundamental no mercado de HPPC construindo a ponte entre fabricantes e consumidor, afirmando que para o consumidor a embalagem e o produto são indissociáveis, tangibilizando não só a qualidade dos produtos, mas também, o propósito de uma marca.

Em linha com as colocações da ABRE, Juliana explicou que o propósito é a palavra mais usada hoje na visão da Unilever, para eles marcas com propósito crescem, companhias com propósito duram e pessoas com propósito prosperam. Ela contou que, na Unilever, as marcas que mais faturam são as que têm e praticam um propósito. E contextualizando isso com o mercado de embalagens, a profissional reforçou a importância disso na comunicação de uma marca, traduzindo sua alma e produto. Ela reforçou ainda os desafios que o mercado apresenta hoje, como por exemplo, a demanda por marcas veganas.

Masssara trouxe informações sobre como a embalagem de vidro tem papel fundamental no mercado de perfumaria e, destacou que o trabalho conjunto com os fabricantes desse segmento, vem há anos impulsionando o mercado para que cada vez mais as empresas desenvolvam embalagens sustentáveis.

Comentou ainda, sobre algumas das iniciativas de sustentabilidade da Wheaton, como a produção de vidros de perfume a partir de percentuais de vidro recuperado do mercado, bastante relevantes e ainda, sobre o abastecimento dos formos para a produção, com biogás recuperado de lixões.

O conteúdo de todas as palestras da semana está disponível no canal do Youtube da ABIHPEC: https://www.youtube.com/watch?v=9_HeUPHyAn8

O evento segue para seu quinto e último dia, nesta sexta-feira (04.09), conforme programação abaixo:

04/09 – Sexta-Feira

  • 10h – Abertura – João Carlos Basilio, presidente-executivo da ABIHPEC e Claudio Viggiani, presidente do Instituto ABIHPEC
  • 10h10 – A indústria de Beleza e novos sinais de consumo – Carolina Soares, do Google
  • 10h50 – Brand Experience: entendendo o mindset do consumidor em cada etapa da jornada de compra – Adriana Ribeiro, da Qualibest e Marcos Machado, Top Brands
  • 11h30 – Mesa-redonda: Ações das empresas em apoio a mulheres em situação de vulnerabilidade

Palestrantes:

Danielle Bibas, vice-presidente de Marketing da Avon; e

Isabella Zakzuk, Diretora Sênior de Marketing para a divisão Beleza da Procter & Gamble

Moderação: Rodolfo Guttilla, sócio fundador da CAUSE

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