Analistas projetam um milhão de vagas fechadas no ano

 

Por Camilla Veras Mota e Edna Simão

Após mais um fechamento recorde de empregos com carteira assinada em julho ­ 157,9 mil, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) ­, consultorias e instituições financeiras já projetam fechamento de vagas formais superior a um milhão em 2015. A estimativa da LCA passou de 835,2 mil para 1,028 milhão de cortes, levando em consideração a série sem ajuste, que contabiliza apenas as informações enviadas ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) dentro do prazo legal. A do Bradesco está atualmente em 1,1 milhão.

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Entre janeiro e julho a economia formal fechou 547,4 mil postos, também na série sem ajuste. As principais contribuições vieram da indústria e do comércio, que apuraram 228,6 mil e 225,8 mil perdas, respectivamente. Com resultados negativos nos sete primeiros meses deste ano, a construção civil soma 152,7 mil demissões líquidas. No acumulado em 12 meses, são 899,6 mil cortes.

A equipe do banco Fator chama atenção para a composição dos saldos negativos observados em 2015 no registro do ministério, formados em grande parte por queda forte nas contratações ­ e não pelo avanço dos desligamentos. Nos sete primeiros meses do ano, levando em conta o acumulado em 12 meses, as admissões caíram em média 6,1% em relação ao mesmo período de 2014, enquanto as demissões recuaram 0,8%. Quando a piora das condições do mercado de trabalho aparecer de maneira mais significativa sobre estas últimas, diz a instituição em relatório, “a situação deve ficar sensivelmente pior”.

O resultado de julho do Caged, com os piores dados desde o início da série histórica, em 1992, sedimenta a avaliação de que a deterioração do mercado de trabalho se dá aparentemente em nível mais intenso que o antecipado, avalia a Rosenberg Associados. A consultoria destacou como piores desempenhos no mês o da indústria de transformação, que perdeu 64,3 mil vagas e o dos serviços, com 58 mil cortes. O comércio fechou 34,5 mil postos e a construção civil, 21,9 mil. O único saldo positivo entre os setores foi o da agropecuária, de 24,5 mil.

Fonte: Valor

 

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