Balança é a pior da história

A economia brasileira vem colecionando decepções, entre as quais se destaca o comércio exterior. O resultado da balança comercial de maio ficou abaixo das expectativas ao fechar com deficit acumulado desde o início do ano de US$ 5,4 bilhões, o pior resultado da história do país para o período. Diante desse desempenho, crescem as apostas de que as transações comerciais do Brasil encerrem o ano no vermelho.As exportações nacionais caíram 1,5% em relação a maio de 2012 e somaram US$ 21,8 bilhões. Enquanto isso, as importações deram um salto de 9% na comparação mensal, para US$ 21,1 bilhões, fazendo com que o saldo da balança de maio ficasse em US$ 760 milhões — o melhor resultado do ano, mas o pior para o mês desde maio de 2002, de US$ 384,3 milhões — e abaixo do superavit previsto pelo mercado, de US$ 1,8 bilhão a US$ 2 bilhões. “Foi uma decepção. A tendência é que dificilmente o país consiga fechar o ano com um saldo positivo na balança comercial”, disse o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, que esperava um superavit de US$ 2 bilhões para maio.

O pessimismo de Castro aumenta quando ele olha para os preços futuros das commodities para o próximo semestre, que historicamente sustentam o superavit da balança comercial brasileira. Ele não se anima mesmo com o fato de o país registrar a maior safra de grãos de que se tem conhecimento. Em maio, o volume de soja embarcada foi recorde, de 8 milhões de toneladas. “Apesar desse volume, o aumento das exportações do produto foi de5,8%. Estávamos esperando que fosse maior, em torno, 20%”, destacou.Durante a apresentação dos dados de maio, ontem, a secretária de Comércio Exterior do Mdic, Tatiana Prazeres, tentou transmitir otimismo em relação ao desempenho da balança comercial neste ano, mesmo evitando traçar uma meta. Apenas sinalizou que o governo está seguro de que haverá um saldo positivo, “nos patamares dos dois anos anteriores”. “Nossa expectativa é de fechar o ano com saldo positivo na balança, apesar do deficit acumulado de US$ 5,4 bilhões”, completou. Em 2012, as exportações brasileiras caíram 5% e somaram US$ 243 bilhões. Neste ano, Castro, da AEB, acredita que elas não passarão de US$ 235 bilhões A secretária Tatiana destacou que o resultado da balança no ano é decorrente pela queda das exportações brasileiras de petróleo em função da queda da produção e do aumento do consumo interno. “Se esse item não tivesse sido computado, as exportações brasileiras de produtos básico teriam crescido 7,8% em maio”, destacou.O desempenho das exportações foi ruim em todos os tipos de produtos, o que fez com que o recuo dos embarques brasileiros fosse de 2,8% no acumulado de janeiro a maio diante de um aumento de quase 10% nas importações. As exportações caíram em importantes mercados, como União Europeia e América Latina. (Fonte: Correio Braziliense)

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