Revista Época:
Setores mais afetados pelas medidas do país vizinho estão fechando postos de trabalho, diz o coordenador geral da Imigração do Ministério do Trabalho
As exportações brasileiras já caíram 11% desde janeiro (Foto: SXC)As barreiras impostas pela Argentina ao comércio bilateral não só prejudicam as exportações, mas também o mercado de trabalho brasileiro. É o que afirmou o coordenador geral de Imigração do Ministério do Trabalho, Paulo Sérgio de Almeida, nesta segunda-feira (18) durante uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado.
Almeida disse que as indústrias de calçados, abate de suínos, fabricação de tratores, caminhões, autopeças, motocicletas e de equipamentos de transportes ampliaram em 29.682 os postos de trabalho de janeiro a maio de 2011. Nos cinco primeiros meses de 2012, esses setores fecharam 3.892 vagas.
saiba mais
Escassez de mão de obra qualificada vai estagnar economia mundial em 20 anos, diz estudo Por que crescemos tão pouco A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Prazeres, disse, durante a audiência, que as exportações brasileiras para a Argentina caíram 11% de janeiro a maio deste ano. “Isso nos preocupa de maneira acentuada e incentiva o diálogo com o setor privado brasileiro e com o governo argentino para tirarmos as barreiras que dificultam o comércio.” Ela destacou, no entanto, que o momento econômico ruim, vivido pela Argentina, tem prejudicado o comércio não só com o Brasil, mas com todos os países. Segundo Tatiana, houve uma queda substancial no superávit da balança brasileira com a Argentina, mas ainda há um saldo de US$ 1,2 bilhão favorável ao Brasil. “O comércio não está parado, mas as barreiras estão aumentando. Os problemas se avolumaram no último ano. Não estamos satisfeitos com a evolução do comércio. Por isso, temos um trabalho permanente com o governo argentino”, disse a secretária.
NP