BNDES reforça ação no exterior

O governo está definindo uma série de ações para ampliar a presença das empresas brasileiras na América Latina, Caribe e África. A estratégia considera reforçar o papel do BNDES como financiador de bens e serviços brasileiros para essas regiões. Com esse espírito, foi criada, no fim de abril, por determinação da presidente Dilma Rousseff, uma nova área no banco, com status de diretoria, para cuidar das três regiões geográficas, a cargo de Luiz Eduardo Melin, responsável pelas áreas internacional e de comércio exterior do banco. O plano considera ainda a criação de um sistema robusto de garantias de crédito à exportação por intermédio da recém-criada ABGF, no âmbito do Ministério da Fazenda. As medidas podem alavancar os financiamentos do BNDES à exportação, que totalizaram US$ 5,46 bilhões em 2012, cerca de 7% do desembolso total do banco no ano passado, de R$ 156 bilhões (US$ 78 bilhões). Mas a expansão do crédito dentro da nova estrutura de apoio à exportação no BNDES vai depender, em parte, da capacidade de realização da carteira africana pelo banco. Só com Angola, o BNDES tem em carteira US$ 7 bilhões em linhas de crédito aprovadas desde 2006. Se esse modelo for replicado com sucesso para Gana, por exemplo, país com o qual o Brasil desenvolve uma relação bilateral, seria possível ter, em três anos, uma carteira com esse país semelhante à de Angola, nas estimativas de fontes do governo. Com Gana, há perspectivas para as empresas brasileiras nas áreas de infraestrutura, de etanol e agronegócios, envolvendo exportação de máquinas agrícolas, caminhões e ônibus. O agronegócio é também uma área na qual o Brasil pode oferecer cooperação técnica aos países africanos. Com tradição comercial na América Latina, o Brasil ainda tenta decifrar a África para além de Angola, país com o qual construiu uma história de comérciobilateral. Um caminho que o Brasil poderá trilhar passa pela ampliação do modelo estabelecido com Angola, baseado em linhas de crédito garantidas por recebíveis de petróleo. Já se falou em garantir empréstimos em outros países africanos com recebíveis de carvão. Em 2012, o BNDES desembolsou US$ 1 bilhão para projetos envolvendo empresas brasileiras na América Latina e outros US$ 600 milhões para obras brasileiras em países africanos. Os números do desembolso do BNDES devem se repetir neste ano tanto nos países latinos quantos nos africanos, prevê uma fonte do governo. Até agora a relação comercial do Brasil com os africanos, via apoios do BNDES, se restringe à Angola, Moçambique e Gana, mas há potencial para estender essa relação para outros países como Senegal, Namíbia e Zâmbia. A orientação do governo é reforçar a presença brasileira também no Caribe. Na América Central, o BNDES já tem projetos com bom grau de maturidade na Nicarágua, Costa Rica, Guatemala e El Salvador. (Veja a matéria no siteFonte: Valor Econômico)

Comments

Open chat
Como posso te ajudar?