Brasil é menos afetado pela crise externa

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quinta-feira que, apesar dos problemas externos, o Brasil ainda é um dos países menos afetados pela crise, pois depende menos dos mercados externos comparativamente a outros países emergentes.”A economia brasileira começa a se aquecer, e uma aceleração gradual pode ser vista no crescimento do PIB trimestral”, afirmou.O ministro reiterou que o País chegará ao fim deste ano com crescimento anualizado de 4%.”Será um bom desempenho, que se deve às medidas que temos tomado”, disse. Mantega citou a taxa básica de juros, que foi reduzida para 7,5% ao ano na reunião de quarta-feira do Copom.”É um patamar histórico”, afirmou. “Hoje estamos com juros 5 pontos porcentuais abaixo do que estávamos há um ano”, disse. “Os juros reais estão vindo para baixo de 2%, como a presidente pediu.” Segundo o ministro, trata-se de uma mudança estrutural profunda na economia brasileira e que vai privilegiar a produção, em detrimento das aplicações financeiras. “Isso significa que a dívida pública vai decrescer e o mercado corporativo vai crescer.” Mantega disse ainda que os spreads – diferença entre a taxa de captação dos bancos e as taxas cobradas dos consumidores – estão caindo, mas que os juros dos bancos brasileiros ainda não são adequados. “Infelizmente, não chegamos no patamar de spreads adequado à economia brasileira, mas a boa notícia é que temos lastro para gastar. Podemos reduzir o spread causando efeitos positivos”, afirmou. O ministro destacou o papel dos bancos públicos, que têm liderado o processo de liberação de crédito e de redução dos juros. “Esperamos que os bancos privados sigam essa trajetória.” Mantega participa da 39ª reunião do CDES, o chamado Conselhão em Brasília. O ministro disse que o BNDES vai continuar liberando grandes volumes de crédito pelo governo na renovação e ampliação de medidas de estímulo à economia. O ministro disse que parte da inadimplência no País é causada pela restrição de crédito imposta pelos bancos, mas ponderou que ela está caindo. “A queda da Selic para patamares quase civilizados vai estimular o mercado de dívida privada”, afirmou, citando que, nos últimos anos, esse mercado ficou “atrofiado”. “No Brasil, os títulos privados corporativos representam apenas 0,4% do PIB.” O ministro afirmou ainda que a nova política cambial também é importante nesse processo. “O câmbio estava valorizado e praticamos uma política de desvalorização para tornar o real mais competitivo”, afirmou. “Já são quatro meses com dólar acima de R$ 2, uma situação que vai se consolidando.” Mantega disse que os concorrentes do País têm manipulado o câmbio para baratear seus produtos em até 40%. “Não por produtividade ou competência, mas situação cambial”, afirmou. “Continuaremos trabalhando na direção de termos um real desvalorizado para dar competitividade às nossas empresas.” Ele declarou que o déficit nominal do Brasil continuará caindo com a ajuda da taxa de juros, enquanto em outros países a situação é de piora. (Fonte: Brasil Econômico)

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