Brasil pede apoio da Alemanha para zona de livre comércio com Europa


HAMBURGO  – O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Mauro Borges, cobrou hoje que a União Europeia faça sua oferta para a criação de um acordo comercial entre a região e países da América do Sul e pediu o apoio da Alemanha para o avanço das discussões.
Borges fez os comentários durante seu discurso na abertura do Encontro Econômico Brasil-Alemanha, que neste ano ocorre na cidade de Hamburgo e que tem discussões com ênfase em infraestrutura e logística.
Entre outros assuntos, o ministro deu destaque às negociações do país com outros países do Mercosul para formular uma proposta de acordo comercial com a União Europeia. “O Brasil cumpriu seu dever. Fez um processo longo de negociação com a Argentina e chegamos a uma oferta. Hoje os europeus estão nos devendo”, cobrou.
Paralelamente à busca de um acordo entre Mercosul e União Europeia, o Brasil tem participado de discussões para o estabelecimento de uma parceria comercial entre o Mercosul, Chile, Colômbia e Peru. A proposta foi defendida pela presidente Dilma Rousseff na Cúpula do Mercosul de 2013 – ocorrida em Montevidéu, no Uruguai. O governo brasileiro tem buscado a desgravação tarifária (progressiva diminuição das tarifas) na região e tem o objetivo de completar a constituição de uma área de livre comércio dentro da América do Sul.
“A proposta brasileira para esse acordo comercial é antecipar o cronograma de 2019 para 2016. Com isso, teríamos uma zona de livre comércio na América do Sul. Um acordo com a União Europeia seria fundamental para a consoli dação dessa zona na América do Sul”, disse. “Precisamos de uma oferta da União Europeia para uma zona de livre comércio. E sabemos que a liderança da Alemanha é decisiva”, afirmou.
Além da criação de uma zona de livre comércio, um acordo entre Alemanha e Brasil que possa impedir a dupla tributação de empresas está na lista de prioridades da indústria alemã nas discussões econômicas entre os dois países.
Para Ulrich Grillo, presidente da Bundesverband der Deutschen (BDI, associação de indústrias da Alemanha), há vários anos os temas são discutidos e é hora de se chegar a uma conclusão. “Precisamos de um acordo de bitributação, que está sendo exigido há muito tempo pela indústria e por especialistas. Precisamos também de comércio aberto. Há 15 anos começaram as negociações, que precisam ser concluídas”, disse.
Grillo também mencionou as oportunidades de investimento em infraestrutura no Brasil para as empresas alemãs e defendeu que o país  diversifique sua fonte de energia, hoje dependente dos recursos hídricos.

Fonte: Valor Econômico



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