Brasil teve o pior desempenho de exportação em 2014, diz OMC




RENATA AGOSTINI

O Brasil teve o pior desempenho entre os 30 países que mais exportam do mundo, segundo relatório divulgado nesta terça-feira (14) pela OMC (Organização Mundial do Comércio).

Com queda de 7% nas vendas (a maior entre as nações listadas), o país caiu três posições no ranking, passando ao 25º lugar. É a primeira queda desde 2009 e a pior colocação do país desde 2004.

Sétima maior economia do mundo em 2014, o país foi ultrapassado por Malásia, Tailândia e Suíça na lista.

As três nações têm PIB (Produto Interno Bruto) bastante inferior ao brasileiro. No ano passado, ficaram em 35º, 32º e 20º lugar respectivamente em ranking das maiores economias do mundo formulado pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).

Editoria de arte/Folhapress

Com a retração nos embarques, a participação brasileira nas exportações mundiais caiu de 1,3% para 1,2%, calculou a organização.

Para o governo brasileiro, a crise internacional vem minando o resultado do país no comércio exterior. Os números mostram, contudo, que o desempenho está bem abaixo da média mundial.

Enquanto as vendas brasileiras recuaram 7%, as exportações no mundo subiram 1%, de acordo com a OMC.

A China permaneceu na liderança do ranking, seguida por EUA e Alemanha. Diferentemente do Brasil, essas três nações aumentaram as vendas em 2014, elevando a fatia nas exportações totais.

Em 2014, a compra de produtos estrangeiros pelo Brasil superou as exportações pela primeira vez desde 2000. O saldo ficou negativo em quase US$ 4 bilhões.

Além da forte redução nas vendas de produtos industrializados, em especial de automóveis, o Brasil sofre com a queda no preço das commodities. São elas que compõem a relação dos principais produtos exportados pelo país –minério de ferro, soja, petróleo, açúcar de cana e farelo de soja.

Mesmo com o aumento na quantidade vendida, a queda na cotação do minério de ferro, por exemplo, fez com que a receita com a venda do produto recuasse mais de 20% no ano passado.

LEVE ALTA

A organização espera uma “recuperação lenta” do comércio exterior, segundo o diretor-geral da OMC, o brasileiro Roberto Azevêdo.

Para os economistas do organismo multilateral, haverá crescimento de 3,3% em 2015, ante alta de 2,8% registrada no ano passado. A estimativa refere-se ao aumento esperado tanto para as exportações quanto para as importações feitas pelos países.

Em 2016, a OMC espera aumento de 4%. Se confirmada a projeção, será uma boa notícia para economia mundial – nos últimos três anos, o comércio internacional cresceu abaixo dos 3%.

Fonte: Folha





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