Brasileiros sentem na pele os benefícios da nanotecnologia


Tipo de Clipping: WEB

Assunto: Pesquisas Científicas/Tecnologia

Data: 25/09/2012 Veículo: Brasil Econômico

Brasileiros sentem na pele os benefícios da nanotecnologia

Niviane Magalhães (nmagalhaes@brasileconomico.com.br)

25/09/12 14:50

Israel Motta: oportunidade no setor de dermocosméticos, após trabalhar em farmácia de manipulação Collapse Comunidade

Partilhe: Engenheiro químico cria hidratantes de alta performance, a partir de óleos de plantas nacionais.

O trabalho com a irmã em uma farmácia de manipulação foi a grande sacada de um engenheiro químico para conhecer de perto o mundo dos cosméticos e perceber que poderia ganhar dinheiro fazendo algo que realmente gosta.

O carioca Israel Barreira Motta, hoje em São Paulo, já pensava em trabalhar no setor quando surgiu a ideia de juntar a experiência que teve em indústrias químicas multinacionais, trabalhando com nanoemulsão, com o ramo dos cosméticos, entrando para o segmento chamado de dermocosméticos.

“Vi que a nanoemulsão era uma tecnologia interessante para aumentar o desempenho dos cosméticos na pele do consumidor e isso era uma oportunidade de entrar com uma empresa brasileira com uma tecnologia nacional no mercado de dermocosméticos que é dominado por multinacionais”, explica o empreendedor.

A criação da Allegê foi em 2008, mas as vendas nas farmácias de manipulação começaram apenas em janeiro de 2011.

O projeto foi aprovado pelo seleto grupo do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), formado por pessoas do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), do Sebrae e os próprios consultores do centro.

O primeiro passo foi fazer um plano de negócios. Depois de avaliado, os representantes da empresa fizeram um curso de 30 dias para melhorar o plano com as adaptações necessárias para ser aprovado.

A incubadora do Cietec só aceita projetos inovadores, de qualquer segmento, contanto que a tecnologia, o produto ou a forma de fazer o negócio tenha um diferencial.

Desde então, o empresário começou a pesquisar a pele do brasileiro. “As multinacionais desenvolvem todos os seus produtos lá fora e não levam em consideração a pele do brasileiro, a forma de conduta médica dos dermatologistas, além dos processos que não observam na hora de fazer o dermocosmético”.

Todo o estudo realizado foi a partir de observações do engenheiro e de conversas com pessoas do mercado, como médicos e farmacêuticos. “As ideias fervilhavam na minha cabeça. Então comecei a montá-las. Somente depois que eu abri a empresa, que eu fiz algo mais formal”, diz Motta.

De 2008 a 2012, o investimento total já soma R$ 600 mil. Depois do capital próprio, a financiadora de projetos Finep aprovou o plano para o programa Prime, oferecendo recursos, não para comprar equipamentos ou matérias-primas, mas sim para o gerenciamento.

“Recebemos o capital para usar em marketing, contratação de gestor de negócios e de consultores para nos ajudar com patentes e regulações”, destaca o empresário.

Em relação aos investidores, ele conta que possui três investidores-anjos particulares. Eles são pessoas físicas, atuantes no setor químico ou no mercado financeiro, que possuem menos dinheiro do que um fundo de investimento, mas que ajudam, além do capital, trabalhando na empresa.

“Eles estão atuando para colocar o produto no mercado e procurando uma forma de distribuição para entrarmos mais rapidamente no comércio”.

Além disso, Israel trabalha em conjunto com sua esposa Cátia Motta, que é médica, e faz toda a parte de contato com os médicos, apresentando o produto, e cuidando do processo administrativo.

“Cerca de 80% das vendas do setor de dermocosméticos vêm da prescrição médica. Por isso, este contato é muito importante”. Atualmente, a estratégia da empresa é criar uma base de lojas com os produtos.

“O importante é termos nossa marca nas farmácias para que o médico possa saber e indicar o item”. Todo o processo de produção dos itens é terceirizado. “Pretendemos ter uma fábrica própria para sermos uma indústria e continuar vendendo. Não queremos ter lojas próprias”.

Nos próximos passos, a Allegê quer investir no marketing e lançar os produtos nas farmácias convencionais. “Para isso, o negócio de vendas e a demanda precisam estar estruturadas para as drogarias aceitarem”, pontua o engenheiro químico.






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