Valor Econômico: Indústria de higiene e beleza deve crescer 12%

João Carlos Basilio, da Abihpec: distribuição de renda impulsiona mercado Os fabricantes de produtos de higiene e beleza registraram faturamento de R$ 15,4 bilhões no primeiro semestre, um crescimento real (descontada a inflação) de 10,3% sobre o mesmo período do ano passado, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec).

O aumento nominal foi de 15,3%. Na mesma comparação, a indústria nacional em geral encolheu 1,2%, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Almejamos fechar o ano com crescimento real acima de 12%”, diz João Carlos Basilio, presidente da Abihpec. Em todo o ano passado, a indústria brasileira do setor faturou R$ 29,4 bilhões. O valor considera o preço de fábrica dos produtos, sem contabilizar os impostos sobre vendas.

O segundo semestre é tradicionalmente mais forte e, além disso, a base de comparação é baixa. Na segunda metade de 2011, as gigantes Natura e Avon enfrentaram problemas operacionais que afetaram as vendas e influenciaram o resultado geral. Segundo o presidente da Abihpec, o déficit do setor deve aumentar para US$ 180 milhões este ano. No ano passado, as importações superaram as exportações em US$ 126 milhões e, em 2010, em US$ 3 milhões.

“Cada vez mais se consome produtos importados e a indústria brasileira tem dificuldade de oferecer produtos competitivos”, diz Basilio, que critica a carga tributária sobre a indústria. Mas, segundo ele, o déficit não representa uma preocupação para o setor. “Todo mundo quer vir para cá e, num primeiro momento, exporta para ver o resultado e depois começa a produzir localmente”, afirma. Só neste ano, diversas marcas internacionais de cosméticos chegaram ao Brasil por meio da Sephora, varejista do grupo LVMH que abriu a primeira loja no país em julho e prevê ter 40 unidades em cinco anos.

O mercado brasileiro de beleza está entre os três maiores do mundo e também é um dos que mais crescem. As vendas ao consumidor avançaram 19% em 2011, para R$ 86 bilhões. A distribuição de renda é um dos fatores que mais impulsionam o mercado, segundo Basilio. O faturamento do setor representou 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011 e a Abihpec calcula que essa participação deverá chegar a 1,9% ou 2% da economia este ano.

 

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