Conheça iniciativas sustentáveis de 5 setores consumidores de plástico

Entidades e empresas desenvolvem ações e programas para minimizar o impacto ambiental de suas atividades

As muitas qualidades do plástico (versatilidade, durabilidade, leveza, baixo custo) fazem com que ele seja cada vez mais utilizado por amplos setores da economia: da construção civil à agricultura, de máquinas e equipamentos a tecidos.

À medida em que cresce o consumo do polímero, a responsabilidade com a sustentabilidade aumenta na mesma proporção. Felizmente, entidades representativas e empresas vêm promovendo iniciativas para diminuir o impacto ambiental causado por suas atividades.

Conheça algumas delas nesta lista!

1. Construção Civil

É o setor que mais consome transformados plásticos no país, cerca de 24% de toda a produção. O uso nas construções residenciais e comerciais é bastante amplo (tubulações, quadros de distribuição, reservatórios, pisos, portas, janelas e muitos outros) e vem crescendo também em grandes obras de infraestrutura (pontes, túneis, rodovias)

construção civil já trabalha com resina reciclada, em especial o PVC e EPS, em produtos como conexões, mangueiras e telhas.

O maior desafio, no entanto, é a destinação dos resíduos. Segundo a Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição (Abrecon), apenas 21% das mais de 290 toneladas de resíduos gerados todos os dias são reciclados (este volume inclui plástico, mas também concreto e metais).

Não faltam iniciativas para melhorar este índice. Desde 1999, o Sindicato da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) mantém o Comitê do Meio Ambiente (Comasp) para desenvolver ações e disseminação de informações sobre o tema para seus associados.

Um exemplo da iniciativa privada vem da Tegra Incorporadora, que destina os resíduos plásticos de seus empreendimentos para a produção do polipropileno reciclado, posteriormente utilizado em tapumes e outros itens das obras.

2. Alimentos e Bebidas

Em segundo lugar no ranking de maiores consumidores de transformados plásticos vêm as indústrias de alimentos e bebidas que, juntas, somam mais de 27%.

O uso, nestes casos, está concentrado nas embalagens. O setor de alimentos, por exemplo, absorve 46% da produção anual de embalagens plásticas flexíveis.

A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) integra a Coalizão Embalagens, iniciativa que reúne organizações representativas do setor empresarial de embalagens. Entre os resultados alcançados pela Coalização desde 2012, estão:

  • 4.487 ações voltadas para capacitação, gestão, estruturação e adequação de cooperativas e associações de catadores;
  • Apoio a 802 organizações de catadores;
  • Implementação de 2.082 Pontos de Entrega Voluntária (PEV);
  • Redução de 21,3% de embalagens em aterros.

A Coalização faz também um trabalho de incentivo ao descarte correto dos resíduos domésticos pelos consumidores por meio do programa “Separe. Não Pare”.

3. Agricultura

Este é outro setor que vem ampliando o uso de resinas plásticas em todas suas etapas: cultivo, colheita, armazenagem e distribuição. Nos últimos anos, o consumo médio de transformados plásticos pela agricultura vem se mantendo estável, na casa dos 3%.

A reciclagem no setor enfrenta vários desafios, desde questões logísticas para retirada dos resíduos pelas cooperativas até problemas de contaminação do plástico em razão do contato com o solo e defensivos químicos.

Soluções ambientalmente amigáveis, como o bioplástico, demandam alto grau de controle, uma vez que as condições climáticas podem acelerar o processo de biodegradação das coberturas antes do fim do ciclo das culturas.

Felizmente, empresas estão se especializando em ajudar os agricultores a dar a destinação correta ao plástico. É o caso da Top Reciclagem, que processa cerca de 180 toneladas de material por mês das unidades do grupo empresarial ao qual pertence, a Agrícola Formosa – a maioria delas oriunda de coberturas que protegem as plantações de pragas.

4. Higiene e limpeza

Trata-se de um segmento em estágio bastante avançado de reaproveitamento de resíduos plásticos. Por um lado, o segmento de higiene, perfumaria e limpeza representa apenas 3% do consumo de transformados plásticos fabricados; por outro, é o maior consumidor de resina PET pós-consumo, respondendo por 27%.

A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) coordena há 16 anos o programa de logística reversa “Dê a Mão para o Futuro – Reciclagem, Trabalho e Renda (DAMF)”, que visa a reduzir o volume de materiais que seriam destinados aos aterros e melhorar as condições de trabalho, qualidade de vida e renda dos catadores de materiais recicláveis.

O programa contabilizou, entre 2013 e 2021, 802,5 mil toneladas de resíduos plásticos recuperados e encaminhados para reciclagem.  A entidade realiza também um trabalho junto às empresas do setor para aumentar a reciclabilidade das embalagens.

“As indústrias vêm aumentando gradativamente os índices de utilização de resina plástica pós-consumo em suas embalagens, com casos em que já há participação de até 100% de PCR nas embalagens”, relatou a ABHIPEC em entrevista ao Mundo do Plástico.

5. Têxtil e vestuário

O setor consome menos de 1% de toda a produção de transformados plásticos, mas em alguns casos o uso da resina é bastante intensivo. Na indústria de calçados, por exemplo, o plástico é utilizado principalmente na fabricação de chinelos, que responderam por 54% da produção total de calçados em 2021.

A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) mantém o programa “Origem Sustentável”, uma certificação que segue não só os indicadores de sustentabilidade ambiental, como também econômicos, sociais e culturais.

As empresas, marcas ou unidades que alcançam estes indicadores recebem um selo que mostra para os consumidores e parceiros de negócios que elas fazem parte da construção de uma cadeia calçadista mais sustentável.

Já a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT) apoia o Núcleo de Sustentabilidade e Economia Circular (NuSEC), criado em parceria com o SENAI CETIQT para promover a sustentabilidade e a economia circular como estratégia central dos negócios da indústria têxtil e de confecção.

O foco está na geração do conhecimento e geração de dados para avaliação contínua da maturidade sustentável do setor.

Entre as ações já realizadas estão workshops envolvendo indústria, governo, academia, consultores e organizações, a elaboração do relatório Sustentabilidade e Economia Circular na Indústria Têxtil e de Vestuário, produção de artigos técnicos e participação em eventos ligados ao tema.

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Fonte: Mundo do Plástico 

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