Déficit externo cresce, mas sem trazer potencial exportador

O saldo da conta corrente brasileira vem se deteriorando desde 2004 e poderá superar com alguma facilidade 3% do PIB caso o país seja bem sucedido no plano de acelerar investimentos, mas não consiga ampliar sua capacidade de exportação, avaliam economistas. O Brasil, que tinha superávit em conta corrente até 2004, passou a ter saldos negativos a partir de 2008, sem a contrapartida de um aumento na formação bruta de capital fixo. É comum que países com crescimento forte, puxado pela alta do investimento, tenham déficit em conta corrente por causa do aumento de importações de bens de capital e de aluguéis de máquinas e equipamentos, por exemplo. Nos últimos dois anos, no entanto, o déficit em conta corrente do Brasil aumentou 0,2 ponto percentual, enquanto a taxa de investimento recuou 1,4 ponto, sempre como proporção do PIB, Para este ano, o mercado projeta déficit de 3% do PIB (acima dos 2,4% do ano passado), enquanto a taxa de investimento não deve superar 19%. Como o pais já está partindo de um déficit em conta corrente alto, elevar a taxa de investimento para mais perto do que deseja o governo, entre 22% e 23% do PIB, pode levar a um rombo nas contas externas de 4% do PIB na avaliação de Mansueto Almeida pesquisador do Ipea. Para ele, o país não tem poupança doméstica suficiente para fazer frente aos investimentos previstos para os próximos anos, entre os quais as concessões de infraestrutura para a iniciativa privada, e terá que recorrer a investidores estrangeiros. Nas contas do governo, apenas os projetos de concessões em cinco áreas exigirão investimentos de R$ 250 bilhões nos próximos cinco anos. O que está liderando a piora da conta corrente brasileira é o consumo interno resistente e a fraca demanda externa, na avaliação de Luís Afonso Lima, presidente da Sobeet.(Veja a matéria no site – Fonte: Valor Econômico)

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