Déficit público dos EUA ficará abaixo de US$ 1 tri este ano

O governo federal dos EUA terá déficit de US$ 845 bilhões neste ano. Será a primeira vez em cinco anos que o déficit ficará abaixo de US$ 1 trilhão, embora as perspectivas orçamentárias de longo prazo continuem difíceis, segundo o Birô de Orçamento do Congresso. Recentes aumentos de impostos e cortes de gastos ajudarão a conter o déficit no menor nível desde 2008, disse a agência suprapartidária em sua primeira análise abrangente das finanças públicas desde o acordo firmado no mês passado que evitou, ao menos por enquanto, o chamado abismo fiscal. No ano que vem, o déficit será de US$ 616 bilhões, prevê o CBO. Os déficits começarão a crescer novamente nos anos seguintes, à medida que os nascidos no “baby boom” pós-Segunda Guerra Mundial engrossarão as fileiras de beneficiários do Medicare e da Seguridade Social. O governo acumulará pelo menos outros US$ 7 trilhões em déficits na próxima década, o que elevará os títulos da dívida em mãos do público a US$ 20 trilhões até 2023, disse o CBO. “Projeções indicam que os déficits deverão crescer nos próximos dez anos, devido às pressões do envelhecimento populacional, dos custos crescentes com saúde, da expansão de subsídios federais ao seguro de saúde e do crescente pagamento de juros sobre a dívida federal”, diz o relatório. O CBO disse também que o crescimento econômico deve ser lento este ano. O PIB real crescerá apenas 1,4%, em parte devido a cortes no orçamento decididos em Washington. A agência previu crescimento mais rápido para o próximo ano, com uma expansão de 3,4%. A taxa de desemprego deverá ficar acima de 7,4% em 2014, disse a agência. No geral, o CBO prevê que o governo gastará cerca de US$ 47 trilhões nos próximos dez anos, mas vai arrecadar somente US$ 40 trilhões em receitas tributárias. As receitas crescerão 25% até 2015, de acordo com a agência, devido ao crescimento da economia e ao aumento de impostos recentemente aprovado pelo Congresso. Em 2015, a receita representará 19,1% do PIB, sendo esse o nível mais elevado desde 2001, e substancialmente mais elevado do que os 15,8% no ano passado. Durante esse mesmo período, os gastos cairão de 22,2% para 21,6% do PIB. A agência deu uma boa notícia sobre os gastos com o sistema de saúde, dizendo estarem crescendo menos rapidamente do que o previsto. Em 2012, o Medicare cresceu apenas 3%, menos de metade dos cerca de 7% em crescimento anual registrado durante os cinco anos anteriores. Isso fez com que a CBO rebaixasse em 15% as suas projeções de longo prazo para os gastos com o Medicare e o Medicaid em comparação com os que havia previsto apenas três anos atrás. Ao mesmo tempo, o CBO previu que os pagamentos de juros sobre a dívida subirão rapidamente, devido ao fortalecimento da economia e ao aumento dos juros. Em 2023, o governo gastará mais de US$ 850 bilhões por ano em pagamento de juros a seus credores. O déficit continuará a estreitar até 2015, prevê a agência, antes de começar a crescer novamente. Essa captação de empréstimos levará o estoque de dívida em poder do público para 77% em 2023, o nível mais elevado desde 1950. (Fonte: Valor Econômico)

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