Déficit tecnológico cresce 33% no primeiro semestre

O déficit tecnológico da indústria brasileira ficou em US$ 50 bilhões no primeiro semestre deste ano, valor 33% superior ao do mesmo período de 2010. Nos últimos quatro anos, o avanço total foi de 82%, e a previsão para 2011 é de que o indicador ultrapasse a cifra dos US$ 100 bilhões. Essas informações constam da última edição do Monitor do Déficit Tecnológico, uma análise conjuntural do comércio exterior brasileiro focada na competitividade e no balanço tecnológico, produzida semestralmente pela Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica (Protec).

A análise detalhada do saldo comercial mostra que os segmentos industriais de alta e média-alta tecnologia se mantiveram negativos no período, produzindo déficits de US$ 14,8 bilhões e de US$ 23,8 bilhões, respectivamente. A balança comercial foi sustentada no primeiro semestre pelos segmentos de baixa tecnologia e produtos não industriais, que continuam com superávits crescentes – respectivamente, US$ 19,5 bilhões e US$ 31,5 bilhões, valores superiores em 10% e 55% aos registrados no primeiro semestre de 2010.

O grupo de média-baixa tecnologia manteve superávit de US$ 0,5 bilhão no período analisado. O resultado se deve à recuperação das vendas externas de produtos metalúrgicos, que registraram saldo de US$ 4,6 bilhões contra US$ 2,1 bilhões no primeiro semestre de 2010. Também se explica pela exportação da primeira plataforma de perfuração de petróleo produzida no Brasil, que contribuiu para o setor de construção naval registrar a inédita cifra de US$ 1 bilhão exportados no período.

As três contas de serviços que compõem o déficit tecnológico acumularam, no primeiro semestre de 2011, saldo negativo de US$ 11,2 bilhões. A conta de aluguel de equipamentos foi a principal responsável pelo resultado, com déficit de US$ 7,8 bilhões, devido especialmente aos investimentos no pré-sal e no setor de mineração.

Esta edição do Monitor do Déficit Tecnológico traz ainda um estudo da evolução do comércio de dezoito commodities, que mostra um crescimento de 254% em volume e de 83% em preços. Esses números, segundo a Protec, levam a concluir que o processo de “reprimarização” da economia brasileira continua em franca evolução e confirmam que, proporcionalmente, as commodities trabalham contra a agregação de valor à pauta exportadora, tornando nosso comércio exterior cada vez mais refém do crescimento dos compradores externos.

Fonte: Protec

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