Desemprego deve subir pelo quinto mês e chegar a 6,6%, dizem analistas



Por Camilla Veras Mota

A taxa de desemprego deve ter subido pelo quinto mês seguido neste ano e chegado a 6,6% em maio, de acordo com a média de projeções de 17 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data.

O percentual é quase dois pontos percentuais superior ao desempenho registrado no mesmo mês do ano passado, quando o desemprego era de 4,9% da população economicamente ativa (PEA). As estimativas para a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), a ser divulgada amanhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), variam de desemprego de 6,4% a 6,8% em maio.

O aumento da taxa, assim como observado nos meses anteriores, deve ser resultado da combinação entre queda na ocupação e aumento da força de trabalho, pontua Eduardo Velho, da INVX Global Partners. A procura fraca por vagas ­ algo que ocorre cada vez menos neste ano ­ foi um dos principais responsáveis por manter a taxa de desemprego baixa em 2014.

Depois de contrair 0,7% no ano passado, a PEA avançou em média 0,3% entre janeiro e abril ­ com alta de 0,9% apenas neste último mês, na mesma comparação. “O desemprego vai ser pressionado pelos dois lados neste ano: aumento no volume de demissões e procura maior por trabalho”, diz Fabio Silveira, da GO Associados.

Para ele, o impacto da recessão e do ajuste sobre o mercado de trabalho pode levar o indicador a 6,2% neste ano e a “algo acima de 8%, 9%” em 2016. Essa deterioração já aparece de forma mais contundente no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que apontou contração do emprego com carteira assinada em quatro dos cinco meses registrados até maio.

O resultado do mês passado ­ saldo líquido negativo de 115,6 mil postos de trabalho ­ surpreendeu analistas, que previam, na média aferida pelo Valor Data, fechamento de 50,7 mil vagas. A retração mais forte que o esperado levou a LCA Consultores não apenas a revisar a estimativa do Caged para o ano ­ de fechamento de 300 mil vagas para corte de 650 mil na série sem ajuste, que leva em conta as informações enviadas dentro do prazo legal ­, mas também a da PME.

A expectativa de recuo maior da ocupação, afirma Fabio Romão, da LCA, levou a projeção para a taxa de desemprego média de 2015 de 6% para 6,2%. Se concretizado, o resultado é 1,4 ponto superior ao de 2014.

Fonte: Valor Econômico

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