Dólar atinge maior cotação desde 2008


O pregão de ontem no mercado de câmbio doméstico foi marcado por superlativos. A pressão que se instalou logo na abertura empurrou o dólar ao maior patamar em quase seis anos, para perto de R$ 2,48. No pico registrado no dia, a alta foi a mais forte desde março de 2012. O real foi, novamente, a moeda que mais perdeu diante do dólar, considerando uma lista de 34 divisas.
O dólar fechou com valorização de 1,71%, a R$ 2,4555. É o nível mais forte desde 9 de dezembro de 2008, logo após o estouro da crise financeira internacional.
“O mercado já embute nos preços o risco de a [presidente] Dilma [Rousseff] vencer no primeiro turno. Acho pouco provável, mas na dúvida o pessoal se posiciona para esse cenário”, diz o estrategista-chefe de câmbio para mercados emergentes do banco Brown Brothers Harriman, Ilan Solot. O estrategista diz acreditar que o Banco Central atuará no mercado para conter a depreciação do real. “Mas eu sei que isso não é consenso. Tem gente falando que ele vai deixar ajustar ainda mais”, afirma Solot.
Em mais um sinal de que o mercado teme que o ceticismo com a recuperação da credibilidade possa afetar as condições de liquidez, as taxas de cupom cambial decolaram, batendo máximas não vistas em pelo menos um mês. O cupom cambial é a taxa de juros em dólar no mercado interno e permite que o investidor estrangeiro compare rentabilidades de aplicações nos mercados internacional e doméstico.
A taxa do cupom cambial com vencimento em abril de 2015 fechou em 1,29% ao ano (1,06% na sessão anterior), na maior alta diária desde junho de 2013. O cupom cambial para julho de 2015 saltou a 1,48% (1,27% na sexta-feira) e registrou a variação mais forte desde agosto de 2013, mês em que a autoridade monetária teve de anunciar um programa de swaps cambiais para aplacar a demanda por proteção cambial.
“Isso é um prenúncio do que pode acontecer se o governo atual for reeleito e não falar o que o mercado quer ouvir”, diz o diretor de gestão de recursos da Ativa Corretora, Arnaldo Curvello.
O mercado aguarda ainda para hoje a divulgação de nova pesquisa Datafolha encomendada pelo jornal “Folha de S.Paulo” e pela “TV Globo”. Também nesta terça-feira, o Ibope reporta resultados de nova sondagem para Presidência da República encomendada pelo jornal “O Estado de S. Paulo” e pela “TV Globo”.
“O que vai definir o rumo do câmbio nesta semana serão as pesquisas”, diz o gerente-geral de tesouraria do Banco Daycoval, Gustavo Godoy. “Mas o que vimos [ontem] principalmente na abertura mostra que o mercado perdeu um pouco do racional”, acrescenta. O profissional da área de estratégia de câmbio diz que a disparada do dólar tem claros sinais de “overshooting” – ou seja, quando o preço de um ativo sobe de forma exagerada. “Não compre a história de dólar a R$ 2,60, R$ 2,70. Esse movimento vai voltar”, afirma.
A puxada das cotações aqui também teve impulso do exterior, onde divisas de risco sofreram fortes depreciações.

Dólar atinge maior cotação desde 2008 – José de Castro | Valor – 30/09/2014O pregão de ontem no mercado de câmbio doméstico foi marcado por superlativos. A pressão que se instalou logo na abertura empurrou o dólar ao maior patamar em quase seis anos, para perto de R$ 2,48. No pico registrado no dia, a alta foi a mais forte desde março de 2012. O real foi, novamente, a moeda que mais perdeu diante do dólar, considerando uma lista de 34 divisas.O dólar fechou com valorização de 1,71%, a R$ 2,4555. É o nível mais forte desde 9 de dezembro de 2008, logo após o estouro da crise financeira internacional.”O mercado já embute nos preços o risco de a [presidente] Dilma [Rousseff] vencer no primeiro turno. Acho pouco provável, mas na dúvida o pessoal se posiciona para esse cenário”, diz o estrategista-chefe de câmbio para mercados emergentes do banco Brown Brothers Harriman, Ilan Solot. O estrategista diz acreditar que o Banco Central atuará no mercado para conter a depreciação do real. “Mas eu sei que isso não é consenso. Tem gente falando que ele vai deixar ajustar ainda mais”, afirma Solot.Em mais um sinal de que o mercado teme que o ceticismo com a recuperação da credibilidade possa afetar as condições de liquidez, as taxas de cupom cambial decolaram, batendo máximas não vistas em pelo menos um mês. O cupom cambial é a taxa de juros em dólar no mercado interno e permite que o investidor estrangeiro compare rentabilidades de aplicações nos mercados internacional e doméstico.A taxa do cupom cambial com vencimento em abril de 2015 fechou em 1,29% ao ano (1,06% na sessão anterior), na maior alta diária desde junho de 2013. O cupom cambial para julho de 2015 saltou a 1,48% (1,27% na sexta-feira) e registrou a variação mais forte desde agosto de 2013, mês em que a autoridade monetária teve de anunciar um programa de swaps cambiais para aplacar a demanda por proteção cambial.”Isso é um prenúncio do que pode acontecer se o governo atual for reeleito e não falar o que o mercado quer ouvir”, diz o diretor de gestão de recursos da Ativa Corretora, Arnaldo Curvello.O mercado aguarda ainda para hoje a divulgação de nova pesquisa Datafolha encomendada pelo jornal “Folha de S.Paulo” e pela “TV Globo”. Também nesta terça-feira, o Ibope reporta resultados de nova sondagem para Presidência da República encomendada pelo jornal “O Estado de S. Paulo” e pela “TV Globo”.”O que vai definir o rumo do câmbio nesta semana serão as pesquisas”, diz o gerente-geral de tesouraria do Banco Daycoval, Gustavo Godoy. “Mas o que vimos [ontem] principalmente na abertura mostra que o mercado perdeu um pouco do racional”, acrescenta. O profissional da área de estratégia de câmbio diz que a disparada do dólar tem claros sinais de “overshooting” – ou seja, quando o preço de um ativo sobe de forma exagerada. “Não compre a história de dólar a R$ 2,60, R$ 2,70. Esse movimento vai voltar”, afirma.A puxada das cotações aqui também teve impulso do exterior, onde divisas de risco sofreram fortes depreciações.


Fonte: Valor Econômico


Comments

Open chat
Como posso te ajudar?