Dólar e juros sobem em sintonia com exterior


Dados econômicos fracos da Europa reforçaram a preocupação com a recuperação da zona do euro e o crescimento da economia mundial, aumentando a demanda por ativos considerados como porto seguro. No mercado local, o dólar e as taxas dos contratos futuros de juros fecharam em alta, acompanhando o movimento de aversão a risco no cenário externo.
O dólar comercial fechou em alta de 0,30%, a R$ 2,4003. Já os contratos futuros com vencimentos mais longos subiram levemente, recuperando parte dos prêmios. O contrato futuro de Depósitos Interfinanceiros (DI) para janeiro de 2021 fechou a 11,23%, ante 11,17% do pregão anterior.
Os mercados reagiram ao dado mais fraco que o esperado da produção industrial na zona do euro, que recuou 1,8% em agosto, pior que a expectativa, que era de queda de 1,7%. A notícia, juntamente com dados de inflação abaixo do esperado em alguns países europeus, reforçou a preocupação com a deflação na zona do euro e seu impacto para o crescimento da economia mundial, aumentando a demanda por ativos considerados porto seguro, como o dólar.
No mercado local, rumores sobre pesquisas eleitorais e novas enquetes paralelas de intenção de votos realizadas por telefone (“tracking”) para o segundo turno da eleição presidencial circularam ontem no mercado.
Investidores evitaram aumentar a posição na moeda americana à véspera da divulgação das sondagens do Ibope e Datafolha, previstas para sair hoje à noite.
Na avaliação do economista do Itaú Unibanco, Caio Megale, os elementos do lado doméstico tendem a gerar mais volatilidade do que mudanças de perspectivas, essas mais atreladas ao quadro internacional. “Independente do fator político, a tendência do câmbio é de depreciação”, diz.
O estrategista de renda fixa da corretora Coinvalores, Paulo Nepompuceno, também não vê espaço para queda mais expressiva dos juros longos mesmo se confirmada a vitória do candidato tucano na corrida presidencial. “Não dá para achar que se o Aécio ganhar, vai haver um fluxo de capital muito forte para o Brasil. Não vamos nadar em dinheiro. O clima externo é muito difícil e não fizemos nossa lição de casa”, afirma.
A última pesquisa eleitoral, divulgada na segunda-feira pelo Instituto Vox Populi, mostrou a presidente Dilma com 45% das intenções de voto, contra 44% de Aécio. O resultado difere da sondagem da Istoé/Sensus, divulgada no último fim de semana, na qual o candidato tucano apareceu 17,6 pontos percentuais à frente da presidente Dilma.
Fonte: Valor Econômico


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