Embaixador da Alemanha defende aceleração das negociações para o acordo UE-Mercosul

O Mercosul e a União Europeia (UE) devem fechar “logo” o acordo de livre comércio entre os dois blocos, disse ontem o embaixador da Alemanha no Brasil, Wilfried Grolig. As negociações se arrastam desde a década de 90 e a expectativa era que a troca de propostas das listas de produtos que serão liberados ocorresse no início deste ano, mas sequer a oferta do Mercosul, prevista para ser entregue em maio, foi fechada.

No mês passado, depois de encontro com a chanceler alemã Angela Merkel, a presidente Dilma Rousseff disse que faria o “possível” para que as negociações dessem “um passo à frente”. No entanto, setores do governo e da indústria brasileira acham difícil que um acordo saia antes de 2015.

Do lado do Mercosul, ainda há pendências em relação à Argentina, que quer alongar o prazo de eliminação das tarifas de importação, prevista para cobrir cerca de 90% do comércio entre os blocos. Do lado da UE, há o lobby dos produtores agrícolas. O processo também pode sofrer atraso por causa da troca do comando da Comissão Europeia no segundo semestre.

O embaixador reconheceu que a negociação é “muito complexa” de ambos os lados, mas afirmou que a falta de um acordo cria o risco de “não se conseguir explorar totalmente o potencial” de integração entre as duas regiões. “A Alemanha está convencida que a flexibilidade e a liberdade do intercâmbio comercial são importantes para o sucesso da economia”, disse Grolig.

Apesar da demora, o embaixador se mostrou otimista e disse que foram feitos “progressos visíveis” em torno do assunto nos últimos meses. “Precisamos do acordo”, afirmou. Ele lembrou que a Alemanha é o quarto maior parceiro comercial do Brasil no mundo, com fluxo de quase € 22 bilhões no ano passado.

Durante a palestra na Câmara de Comércio Brasil-Alemanha de Porto Alegre, Grolig disse que o desenvolvimento econômico, político e social brasileiro nos últimos 15 anos é uma “história de sucesso”, embora as perspectivas atuais “não tenham o mesmo brilho de 2010/2011″. Afirmou esperar “que o Brasil encontre a coragem para voltar a se abrir mais fortemente e consiga se envolver na divisão internacional do trabalho de forma vantajosa para todos os lados”.


Fonte: Valor Econômico

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