[:pt]
A retração de 7% do emprego industrial no último mês de setembro, segundo os dados da PIMES divulgados hoje pelo IBGE, completa um período de quatro anos de quedas mensais consecutivas na comparação com o mesmo mês do ano anterior. O número do pessoal ocupado em setembro de 2015 foi 13,7% menor do que em setembro de 2011, a partir do qual tem início essa trajetória descendente. Não é pouca coisa!
O quadro é alarmante porque quanto mais a degradação do emprego industrial se prolonga, mais difícil vai ficando sua recuperação. Ao lado da crise, que afeta sobremaneira o setor industrial, o avanço da automação em alguns segmentos, como forma de aumento de eficiência produtiva, também pode estar contribuindo para essa evolução do emprego industrial, dificultando ainda mais sua reversão. Além do prolongamento da crise, dois outros aspectos devem ser destacados. O primeiro diz respeito à disseminação das quedas e o segundo, à sua rapidez. |
Em setembro, todos os 18 ramos pesquisados pelo IBGE apresentaram queda do emprego frente ao mesmo mês de 2014. Chama atenção, contudo, a evolução daqueles associados à produção de bens de capital, isto é, ao investimento, como meios de transporte (-12,4%), máquinas e equipamentos (-10,6%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-14,7%). Estes mesmos setores também apresentaram forte contração nos demais indicadores da pesquisa, como o número de horas pagas (-15,1%, -10,8% e -14%, respectivamente) e a folha de pagamento real (-15,1%, -9,1% e -13,6%).
Outro aspecto a ser enfatizado é a rapidez do processo de deterioração. Somente em 2015, a variação do emprego industrial saiu de -4,6%, no primeiro trimestre, para -5,9%, no segundo trimestre, chegando a -6,8% no terceiro trimestre. Trajetória semelhante também foi verificada para o número de horas pagas: -5,2%, -6,4% e -7,5%, respectivamente. Como já alertamos anteriormente, o fato de o patamar da queda das horas pagas ser maior é um indício de que a deterioração do emprego industrial deve continuar se aprofundando.
A PIMES, divulgada hoje pelo IBGE, indicou recuo de 0,7% no total de ocupados na indústria em setembro frente ao mês de agosto, a partir de dados livres de efeito sazonal. Com relação ao mês de setembro de 2014, a variação foi de -7,0% e de -5,7% no acumulado de janeiro a setembro, frente ao mesmo período do ano passado. Por sua vez, nos últimos 12 meses, a queda foi de 5,4%.
Setores. Em setembro, todos os 18 ramos pesquisados apresentaram queda na ocupação total da indústria, em comparação ao mesmo mês de 2014. Dentre eles, as maiores variações negativas foram verificadas em máquinas, aparelhos elétricos, eletrônicos, de precisão e de comunicações (-14,7%), fumo (-13,0%), outros produtos da indústria de transformação (-10,7%), produtos de metal (-10,6%), fabricação de meios de transporte (-12,4%), máquinas e equipamentos (-10,6%), têxtil (-9,6%) e produtos de metal (-10,6%). |
Também no acumulado do ano todos os setores apresentaram redução com relação ao mesmo período de 2014. Os piores desempenhos ficaram por conta de meios de transporte (-10,6%), produtos de metal – exclusive máquinas e equipamentos (-10,5%), fumo (-9,5%), outros produtos da indústria de transformação (-9,3%), máquinas e equipamentos (-7,6%) e máquinas, aparelhos elétricos, eletrônicos, de precisão e de comunicações (-13,3%).
Número de horas pagas. A partir de dados dessazonalizados, o número de horas pagas na indústria recuou 0,8% frente ao mês imediatamente anterior. Comparando ao mesmo mês do ano anterior, o indicador oscilou -7,8%. Entre janeiro e setembro de 2015, foram pagas 6,3% menos horas de trabalho do que no mesmo período do ano passado. Dentre os setores pesquisados, as principais variações negativas – ante dados de setembro de 2014 – ficaram por conta de meios de transporte (-15,1%), fumo (-14,9%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-14,0%), produtos de metal (-11,3%), metalurgia básica (-11,1%) e máquinas e equipamentos (-10,8%). |
Folha de pagamento real. Em setembro, a folha de pagamento da indústria em termos reais registrou redução de 1,6% frente agosto de 2015, para dados com ajuste sazonal. Em relação a setembro de 2014, a retração alcançou 9,1%; levando a um recuo de 6,8% no acumulado dos nove primeiros meses de 2015. Com relação a setembro de 2014, todos os ramos apresentaram contração, sendo que os destaques negativos foram: fumo (-16,6%), meios de transporte (-15,1%), produtos de metal (-14,2%), metalurgia básica (-13,9%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-13,6%).
Fonte: IEID[:]