Escalada do dólar reflete “fenômenos passageiros” , diz Levy

 

 

Por Fábio Pupo BRASÍLIA ­

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta terça­feira que a escalada recente do dólar, intensificada pelo cenário de instabilidade política e pela recente mudança na meta de superávit, reflete “fenômenos passageiros”. “Estamos num momento de reforço das nossas políticas fiscais. É importante entender a centralidade do ajuste fiscal e da manutenção do ajuste fiscal. E o reconhecimento que certas incertezas têm pesado na economia. Acredito que são fenômenos passageiros”, afirmou, durante o evento de comemoração dos 40 anos da Escola de Administração Fazendária (Esaf), em Brasília. “O processo de ajuste da economia está avançando dentro do padrão normal. Empresas têm se adaptado.

Algumas têm se adaptado, se preparado para crescer”, disse. Levy foi questionado se acreditava em um possível recuo do dólar. “Acredito que a turbulência é evidentemente passageira. E acredito que a economia vai retomar o caminho do crescimento. Muitos setores têm avançado bastante nesse processo de ajuste. A economia tem momentos mais difíceis, mas nossa economia tem preços flexíveis. É possível ter mobilidade de capital e recursos para um reequilíbrio da economia”, afirmou. O ministro ressaltou os esforços recentes no Congresso. “Enquanto isso, vamos fazer todos os esforços de alinhamento no Congresso para garantir uma previsibilidade fiscal que dê tranquilidade em relação também à dívida.

Temos uma dívida relativamente grande e temos de estar atentos à sua trajetória”, afirmou. “Surpresas positivas” Levy afirmou hoje ser possível alcançar uma meta fiscal maior em 2017. “Nós estamos analisando, vamos fazer o Orçamento. É uma discussão que está em curso. Depende de uma série de fatores. Certamente em 2017, se as coisas transcorrerem como estamos pensando, é bem possível planejarmos metas maiores”, afirmou. “Nós temos trabalhado com bastante transparência e com o máximo de segurança.

Não queremos passar ideias que não sejam absolutamente factíveis e que não tenham segurança num momento em que já tem incerteza. O importante é reduzirmos incerteza e, portanto, dar clareza do nosso compromisso. E esse compromisso com ajuste fiscal continua”, afirmou. Levy falou que os próximos anos terão “surpresas positivas” no campo fiscal. “Semana passada fizemos um ajuste importante, que nos dá capacidade de iniciativa de fortalecimento. Acredito que vamos superar essas metas principalmente nos anos vindouros. 2016 e 2017 serão anos de surpresas positivas. Estamos trabalhando para isso”. (Fábio Pupo | Valor)

 

Fonte: Valor

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