Exportações argentinas de carne desabam

A Argentina caiu do terceiro posto do ranking de exportadores de carne bovina em 2005 para o 11º lugar no ano passado, segundo dados do Instituto de Estudos Econômicos da Sociedade Rural do país. Além disso, os argentinos – que durante mais de um século foram símbolo da produção de carne em todo o mundo – foram superados amplamente por seus vizinhos do Mercosul. Em 2012, o Brasil exportou 1,3 milhão de toneladas, enquanto o Uruguai obteve a marca de 350 mil toneladas. O Paraguai, cuja produção e exportações cresceram de forma exponencial na última década, atingiu um total de 210 mil toneladas no ano passado. A Argentina, atualmente na rabeira dos países do Cone Sul, exportou somente 182 mil toneladas. Há oito anos, as vendas argentinas para o exterior haviam atingido a faixa de 771 mil toneladas. A queda, em relação ao ano passado, é de 76% de perda do mercado externo que o país havia conquistado nos anos prévios. Década perdida. O presidente da Sociedade Rural, Luis Míguel Etchevere, denomina como “década perdida” os últimos oito anos, marcados pelas restrições que o governo Kirchner aplicou para as exportações de carne bovina. Em 2006, o então presidente Néstor Kirchner implementou restrições à venda de carne ao exterior com o objetivo de redirecionar o produto para o mercado interno, para provocar queda do preço. No entanto, as medidas tiveram um efeito oposto, já que desestimularam os produtores, grande parte dos quais deixaram suas atividades pecuaristas para dedicar-se a outras atividades que garantiam maiores lucros, como o cultivo da soja, por exemplo. De um total de 57 milhões de cabeças de gado em 2006, o país conta atualmente com 51 milhões. Na contramão, todos os países vizinhos aumentaram seu plantel de gado. A queda na produção argentina – e a drástica redução das exportações – provocou uma crise  sem precedentes nos frigoríficos instalados na Argentina. Segundo a Cíeera, 130 frigoríficos fecharam as portas desde 2005, fato que provocou a demissão de 15,6 mil trabalhadores. “Perdemos mercados para a carne bovino por causa do cavernícola do Guillermo Moreno”, diz Eduardo Buzzi, líder da Federação Agrária Argentina, em alusão ao secretário de Comércio Interior, autor das medidas de restrição às exportações. (Fonte: O Estado de S. Paulo)

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