[:pt]Extrafarma entra em SP e tem plano para lojas em rodovias[:]

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Por Adriana Mattos e Stella Fontes

Rede de farmácias do grupo Ultra, a Extrafarma, controlada há um ano e meio pela empresa, atingiu receita líquida de R$ 1 bilhão de janeiro a setembro, e se prepara para entrar no mercado de São Paulo nos próximos meses, apurou o Valor.

Deve, discretamente, começar a ganhar terreno em outras regiões, conforme plano já desenhado ­ a cadeia ocupa a nona colocação no ranking geral num segmento em que escala é crucial. A primeira loja da empresa fora da região Norte e Nordeste ficará num posto de combustível Ipiranga na avenida dos Bandeirantes, na capital paulista. Será uma unidade piloto da rede e a segunda farmácia da companhia num posto Ipiranga, empresa também do grupo Ultra, dentro de um projeto de criar uma estrutura de serviços mais completa na cadeia de combustível da companhia. A entrada da marca em São Paulo foi confirmada pela empresa para analistas na sexta-­feira, sem informar prazo.

A primeira farmácia em posto foi aberta em Belém poucas semanas atrás, com 250 metros quadrados. Ainda há outro projeto de abertura de farmácias em postos em rodovias de São Paulo, apurou o Valor. O presidente da holding Ultrapar, Thilo Mannhardt, disse, na teleconferência de resultados, que o grupo está trabalhando em uma nova identidade para a rede Extrafarma, com mudanças em layout, que serão implementadas na operação da loja de São Paulo. Trata­se de um outro formato, com arquitetura e conceito de loja diferentes do atual, com reorganização dos espaços, ajustes no mix e na disposição de mercadorias, por exemplo. Em termos de aberturas de lojas, porém, a Extrafarma reduziu o ritmo. O plano informado até ano passado previa inaugurar cerca de 100 unidades em 2015, chegando a 300 ao fim deste ano. Em setembro, porém, a rede somava 244 pontos de venda, e não deve atingir essa marca anual.

Em 12 meses até setembro, o número passou de 210 para 244 pontos. A empresa afirma que a desaceleração foi uma opção, para que as unidades abertas nos próximos meses já sejam inauguradas dentro do novo conceito. Segundo apurou o Valor, trâmites legais para abertura de unidades, mais lentos que o previsto, teriam reduzido a projeção. Reduções em aberturas tendem a diminuir desembolsos do caixa de varejistas, já que inaugurações são o item que mais consome recursos no setor. A rede de farmácias representou 6% dos investimentos do grupo até setembro. “A Extrafarma deve abrir entre 15 a 20 lojas [por trimestre] a partir do quarto trimestre, o que deve se manter ao longo de 2016”, disse.

Até então, a empresa esperava atingir 25 aberturas, em média, por trimestre. As 244 lojas da rede somaram uma receita líquida de R$ 998 milhões de janeiro a setembro, alta de 27% sobre 2014, e expansão de 10% no terceiro trimestre. Se manter esse crescimento acumulado do ano, a rede (apesar da menor expansão orgânica) deve ampliar vendas numa velocidade duas vezes superior ao mercado. Até agosto, o setor se expandiu 12,7%, segundo a Abrafarma, entidade setorial. Apesar de representativo no ano, o resultado ainda mantém a empresa, calculou o Valor, no nono lugar do ranking geral de redes de farmácia de janeiro a setembro (posição já ocupada em 2014) atrás da Panvel, com mais de R$ 1,5 bilhão nos nove primeiros meses de 2015, segundo cálculos do mercado.

Apesar dos números positivos, a Extrafarma está num segmento em que rivais também crescem muito rapidamente, mesmo com o país em recessão econômica. Envelhecimento acelerado da população e alta resiliência do mix de produtos (medicamentos e cosméticos) explicam o desempenho. Números do trimestre publicados na quarta-­feira mostraram que as despesas operacionais da Extrafarma subiram 12%, acima do ritmo da receita líquida, e o prejuízo operacional diminuiu de R$ 2 milhões para R$ 100 mil de julho a setembro de 2014 para 2015.

A margem bruta subiu um ponto, para 30%, e a margem de lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, da sigla em inglês) passou de zero para 2%. As despesas subiram principalmente por causa do crescimento no número de lojas, dos efeitos da inflação sobre as despesas com pessoal, da adição de despesas para estruturação do crescimento mais acelerado e do início da operação de um novo centro de distribuição no Ceará.

O Ebitda do trimestre totalizou R$ 6 milhões, aumento de R$ 4 milhões em relação ao ano anterior, em função do maior faturamento e de menores despesas com integração. No material de resultados, a empresa não informa lucro líquido ou prejuízo da Extrafarma no ano, apenas o dado operacional.

Fonte: Valor[:]

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