Fora do bloco, Paraguai dificulta acordo com EU

A recusa do atual governo do Paraguai em aceitar o convite do Mercosul para se reintegrar à instância política do bloco pode ser revertida após a posse, no próximo dia 15, do presidente eleito Horacio Cartes. Contudo, analistas acreditam que a persistência do país em se manter fora enquanto a Venezuela exercer a presidência rotativa – que vai até o fim deste ano – pode emperrar as negociações em andamento do tratado de livre comércio entre o bloco e a União Europeia.

Dentro do Mercosul, a percepção é que o novo governo vai abrandar o tom de rejeição ao convite e voltar ao grupo até o fim do ano.Cartes enfrentará pressão interna para aceitar o retorno, principalmente do Senado e da opinião pública, segundo o ex-embaixador Rubens Barbosa, presidente do conselho de comércio exterior da Fiesp. Barbosa acredita que a reintegração do Paraguai ao bloco não vá acontecer neste ano. O mais provável é que o novo governo espere a entrada da Argentina na presidência rotativa do bloco para aceitar o convite feito na última sexta-feira. Como na área comercial o Paraguai segue como membro pleno, o maior revés para o Mercosul está na perspectiva de não cumprimento do cronograma de entrega da lista unificada de produtos que será negociada com os europeus. Segundo o ex-embaixador, a expectativa é que até o fim de setembro uma lista seja apresentada. “Com o Paraguai fora, vai ser difícil chegar à lista conjunta no prazo estipulado”, diz.

A visão de que a instabilidade do bloco é uma ameaça ao cronograma das negociações relativas ao tratado também é endossada por Ricardo Sennes, coordenador do Grupo de Análise Internacional da USP. As dificuldades dos países-membros em estabelecer uma lista em conjunto, principalmente nos setores industriais, aliado à indecisão sobre o retorno do Paraguai “diminuem a expectativa de que as negociações comecem a deslanchar”. (Veja a matéria no site – Fonte: Valor Econômico)

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