Gestoras buscam ações de empresas de infraestrutura

– A ênfase que o governo federal dará este ano aos investimentos em infraestrutura, evidenciada pelas novas concessões e mudanças de regras em setores como portos, rodovias e ferrovias, levou gestores de recursos a ficarem mais atentos a ações ligadas a estes segmentos, tendo em vista o potencial retorno de longo prazo. A dificuldade enfrentada, no entanto, é a escassez na bolsa de papéis de companhias com negócios ligados à infraestrutura . Por isso, o movimento está inserido na já conhecida estratégia de olhar oportunidades em companhias que se beneficiam do aquecimento da demanda doméstica. Estão sob análise empresas como a Santos Brasil (portos), Arteris (rodovias) e CCR (rodovias, mobilidade urbana e serviços). O que motiva as gestoras de recursos são as megalicitações que serão conduzidas pelo governo federal nos próximos meses, incluindo leilões de 10 mil quilômetros de ferrovias, 7,5 mil quilômetros de rodovias e o trem de alta velocidade entre Rio, São Paulo e Campinas. Também haverá licitações de dezenas de áreas arrendadas nos portos públicos e autorização de novos portos privados, que ocorrerão após a tramitação da Medida Provisória 595, a MP dos Portos. “O governo já deixou claro que vai focar mais este ano nos investimentos em infraestrutura, tendo como beneficiários as indústrias de bens de capital, construção civil, rodovias, ferrovias, portos e aeroportos”, diz Otávio Vieira, sócio da Fides Asset Management. “Nossa estratégia leva em conta esses fatores.” As concessões do governo federal que têm como objetivo mitigar gargalos logísticos poderão representar oportunidades para algumas empresas listadas na bolsa. A aposta de Eduardo Roche, analista da Modal Asset Management, é a Santos Brasil, operadora de contêineres que detém concessões de importantes terminais no Porto de Santos (SP) e em cidades como Guarujá (SP) e Imbituba (SC), entre outras. Como a companhia é líder de mercado, a expectativa é que tenha vantagens sobre os concorrentes ao participar de novas licitações. “A MP vai aumentar a concorrência, mas isso não deve afetar a empresa, que é referência no setor”, diz Roche. O analista vê como positiva a iniciativa do governo de incentivar investimentos e modernização nos portos. Ainda sob discussão, a MP é alvo de crítica de sindicatos de trabalhadores avulsos (sem vínculo empregatício) e de empresários. Apesar do otimismo de alguns, há gestores hesitantes a comprar ações que podem ser impactadas pela MP, já que ainda há “muito que se resolver” sobre o tema. “Precisa haver mais clareza sobre qual será o marco regulatório”, afirma Bernardo Dantas, sócio da Edge Investimentos. (Veja a matéria no site)

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