Por Bruno Peres BRASÍLIA
Ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, afirmou nesta terça-feira que o Sistema S teria condições de oferecer de forma voluntária uma contribuição ao esforço proposto pelo governo a todo o país para a retomada do crescimento econômico. Trata-se, em nova conversa com o Valor, de mais um questionamento feito pelo ministro à parte do conjunto de medidas apresentado pelo governo na segunda-feira.
Mais cedo, o ministro já havia questionado as alterações feitas, por meio de decreto presidencial, ao Reintegra. Ao comentar as mudanças dirigidas às contribuições pelo Sistema S, o Monteiro defendeu que o governo tivesse proposto um diálogo ao setor.
O Sistema S é parceiro do governo, por exemplo, no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), umas das principais bandeiras da presidente Dilma Rousseff. O governo, além de aumento de receitas, reduções de gastos tributários e elevação de tributos, quer ficar com 30% das receitas do Sistema S (Sesi, Sesc, Senac, Sebrae), estimado em R$ 6 bilhões, para financiar gastos com a Previdência.
O Sistema S, além de ficar sem 30% de sua receita, também passará a pagar pelo benefício tributário que o governo dá às empresas que investem em inovação e tecnologia. A estimativa é que esta medida garanta uma economia de R$ 2 bilhões ao Tesouro.
“O Sistema S, pela maturidade de suas lideranças e pela compreensão do momento presente, teria condições de oferecer de forma voluntária uma contribuição ao processo, mas que de alguma modo deveria estar vinculado à área de educação”, disse. “O governo optou por uma medida, e evidentemente eu achava que deveria se buscar uma solução negociada, que ao final se traduzisse naquilo que se pretende, em última instância, que é o Sistema S dar uma contribuição financeira ao financiamento de programas governamentais nessa área”, acrescentou o ministro.
Fonte: Valor