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Por Robson Sales RIO
A retração do poder de compra das famílias, o aumento do desemprego e a inflação alta estão derrubando o resultado real dos serviços prestados às famílias, avalia o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em agosto, o volume desse tipo de serviço caiu 8,2%, para a 15ª perda consecutiva na comparação com igual mês do ano anterior, de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do IBGE.
É também a segunda maior retração da série iniciada em 2012, perdendo apenas para o mês de maio deste ano, quando o tombo chegou a 9,1%. Esse grupo representa cerca de 5% de todo o setor de serviços do país. “As famílias estão consumindo menos alimentação fora de casa, serviços de alojamento, turísticos como um todo.
É um conjunto de fatores que combinados vêm levando a uma queda”, disse o responsável pela PMS e técnico da coordenação de serviços e comércio do IBGE, Roberto Saldanha. Até o mês passado, o instituto divulgava apenas a receita nominal do setor, sem descontar a inflação. Agora, com a divulgação do volume, pode-se fazer uma análise real do segmento e avaliar como os serviços são diretamente afetados pelo cenário econômico em retração.
A partir do segundo semestre do ano passado, os serviços prestados às famílias passaram a operar no campo negativo, apesar de o rendimento médio real manter números positivos. Na avaliação de Roberto Saldanha, o descolamento ocorre em função do preço.
Os bens que compõem essa cesta de serviços prestados às famílias deram um salto muito grande, muito acima da média do IPCA, afirmou. “Em função do preço, as famílias retraíram o consumo em relação a esses bens. Viajaram menos, deixaram de comer fora de casa, passaram a ser mais seletivas”, disse Saldanha.
Nesse grupo, em agosto, serviços de alojamento e alimentação recuaram 8,7% e outros serviços prestados às famílias que incluem atividades artísticas e de beleza, por exemplo caíram 5,2%, sempre na comparação com agosto do ano passado. (Robson Sales | Valor)
Fonte: Valor[:]